São Paulo, domingo, 21 de setembro de 1997
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Venda de materiais deve ser recorde em 97

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A construção civil no país passa por período de euforia. Pelo menos quatro produtos que indicam o desempenho desse setor -cimento, cal, tubos de PVC e revestimentos cerâmicos- devem bater recorde de vendas neste ano.
Levantamento da Anamaco, associação que reúne os revendedores de materiais de construção, mostra que o fôlego de consumo desses produtos não esmoreceu, mesmo depois de eles terem registrado saltos de vendas com Real.
No caso do PVC, o aumento chegou a 73% entre 1994 e 1996 e deve crescer mais 10,5% neste ano. O consumo estimado para 1997 é da ordem de 210 mil toneladas.
Por causa desse crescimento sustentado -também constatado na linha de cimento, cal e revestimentos cerâmicos-, há quem considere a construção civil como a terceira onda do Real.
Prioridade
"A casa passou a ser prioridade. O consumidor quer arrumá-la para abrigar os produtos recém-adquiridos", diz Cláudio Elias Conz, presidente da Anamaco.
Pelos cálculos da associação, o consumo de cimento deve, neste ano, atingir 37 milhões de toneladas -42,3% a mais do que em 94 e 8,8% a mais do que em 96.
A venda de cal deve chegar a 7 milhões de toneladas -80% a mais do que 94 e 9,4% a mais do que em 96. O consumo de pisos e azulejos -estimado em 200 milhões de metros quadrados para este ano- deverá ser 22% maior do que o de 94 e 17% maior do que o de 96.
Para Elias Conz, o aumento do poder aquisitivo do consumidor, provocado pelo Real, e a redução dos preços dos materiais de construção explicam a expansão da construção civil.
Ele conta que a cesta básica desse setor, composta por 40 produtos básicos, custava o equivalente a R$ 1.268 antes do Real e hoje sai por R$ 1.260. "Se considerarmos a inflação do período, a queda de preços foi significativa."
A Tubos e Conexões Tigre informa que a redução de preços dos seus produtos foi de 30% de 94 até agora. No mesmo período, o aumento do volume de vendas da empresa foi de 15% a 20% ao ano.
"E este ano continua bom para a construção civil", diz Ivo Gramkow, diretor da Tigre, que espera faturar US$ 500 milhões em 1997 -24,7% a mais do que em 94 e 4,2% a mais do que em 96.
Dobro do PIB
Na sua análise, o mercado de construção civil deve continuar crescendo entre 8% e 10% ao ano, ou o dobro do PIB (Produto Interno Bruto) daqui para a frente.
Nos cálculos da Anamaco, o país precisa construir 5 milhões de casas para abrigar pessoas que não têm moradia. Se levados em conta os imóveis que necessitam de reformas, esse número cresce para 12 milhões de casas.

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