São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
O visual da cidade O visual da cidade HELCIO EMERICH A poluição visual da cidade de São Paulo, tema abordado nesta coluna, motivou algumas manifestações de leitores e entidades, além de ter repercutido também em programas de rádio, como o da atenta "âncora" Maria Lídia, da CBN, sempre ligada nos problemas da capital.Não provocou, porém, nenhuma reação de órgãos como a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana da Secretaria Municipal de Habitação, nem da Comissão Especial de Estudos sobre a Poluição Visual ou da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, as duas últimas da Câmara Municipal. Se é que têm tomado alguma providência para conter o processo de degradação da paisagem urbana da capital, esses grupos de trabalho (trabalho?) não mostram a menor disposição para dar conhecimento do que fazem aos meios de comunicação e à opinião pública. Quem cala consente, mas, enquanto isso, os espaços da cidade continuam sendo assolados pelos camelôs da propaganda ao ar livre, os coladores de cartazes e as empresas e autônomos que usam postes, pilares, fios e árvores como um imenso varal para escancarar suas faixas de pano, tudo infringindo impunemente o código de posturas do município. Menos mal que existem empresas que remam contra a maré da sujeira e da desordem visual, que está levando São Paulo, a segunda maior metrópole do mundo, à condição de uma das cidades mais feias do planeta. Recebemos correspondência da L&C Outdoor Ltda., da capital, que, à parte os elogios à coluna pela "causa" da despoluição visual, mostra, com fotografias, como vem cumprindo seu papel de "boa cidadã". Fundada em 1969, a L&C, que faz parte do grupo Rede L&C de Mídia, colocou suas equipes de afixadores de outdoors para cuidar do aspecto de ruas e praças, ajardinando e conservando verdes e floridos locais como a praça Helio Schmidt, imediações do aeroporto Santos Dumont, canteiros da avenida Rubem Berta e outros. Algumas dessas ilhas de paisagismo servem para provar que é possível harmonizar o uso comercial dos espaços que pertencem à população com a limpeza e a boa aparência. É para valorizar empresas com a consciência de urbanidade da L&C que as autoridades deveriam agir com rigor para acabar com o medonho "patchwork" visual em que se transformou a paisagem de São Paulo. Texto Anterior: Explicação afasta a solução Próximo Texto: Previdência descobre acordos irregulares Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |