São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 1997
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As chances de Ciro Gomes

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Antes de mais nada, é preciso dizer que são intangíveis as chances de qualquer candidato a presidente da República que concorra ao cargo no ano que vem.
Num país instável como o Brasil, apesar do Plano Real, um ano é uma eternidade.
Só que os políticos precisam fazer projeções. Ainda que sejam quase sempre desprovidas de rigor científico.
Uma dessas projeções leva em conta que Ciro Gomes é conhecido de apenas cerca de um terço do eleitorado. E que já tem 8% das intenções de voto em algumas pesquisas.
Outros candidatos potenciais, como Sarney, Itamar e Lula, já são velhos conhecidos do eleitor. A permanecer a atual conjuntura político-econômica no ano que vem, é correto dizer que esses candidatos não terão chances contra FHC.
Já Ciro Gomes teria o benefício da novidade. Não é conhecido. Poderia, em tese, crescer.
Uma simulação de eleição entre a parcela do eleitorado que diz conhecer Ciro mostra um quadro ruim para FHC: o tucano dissidente praticamente chega ao empate técnico com o presidente. Essa projeção, aliás, deixou muitos fernandistas de cabelos em pé.
É claro que a parcela do eleitorado que conhece Ciro não pode ser comparada com o universo total dos eleitores. Mas essa simulação -realizada a mando e a soldo do próprio governo- é um dos poucos dados objetivos que estão disponíveis.
Isso será levado em conta nesta semana, decisiva para a definição do futuro político de Ciro. O ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda dará sua palavra final sobre se sai ou não do PSDB. E, se sair, a qual partido pretende se filiar.
Se depender dos seus principais incentivadores, Ciro sai do PSDB e escolhe outro partido. Mas aguarda até o final do ano para se lançar candidato.
Só que o temperamento intempestivo do tucano talvez o incite a uma atitude muito diferente.

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