São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997
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Brasil assume sua candidatura na ONU

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DE NOVA YORK

No discurso de abertura da 52ª sessão da Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Luiz Felipe Lampreia, ministro das Relações Exteriores, confirmou a candidatura do Brasil a uma vaga de membro permanente no Conselho de Segurança.
"O Brasil está determinado a desempenhar a função de membro permanente em representação da América Latina e do Caribe", afirmou Lampreia.
Para o ministro, a ampliação do número de membros permanentes seria uma forma de contemplar o mundo em desenvolvimento.
Segundo ele, a prioridade deve ser a definição do formato de um Conselho de Segurança ampliado.
Atualmente, têm vaga permanente Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido. Esses cinco países têm poder de veto sobre as decisões do colegiado.
O Conselho de Segurança é composto ainda por outros dez países, membros não-permanentes, que se alternam em sistema de rodízio e não têm direito a veto.
Busca de apoio
Durante a semana, representantes do governo brasileiro tentarão convencer os argentinos a apoiarem sua candidatura.
A Argentina chegou a defender a rotatividade da vaga entre países da América Latina e do Caribe.
O Brasil, porém, tenta demonstrar que, aceito como membro permanente, teria maiores condições de dar voz à América Latina e ao Caribe.
"A identificação dos novos membros deve ser um exercício de realismo e pragmatismo, a partir de um processo democrático de seleção que, sem prescindir do apoio regional, conduza a uma representação legítima e universalmente reconhecida", afirmou o chanceler brasileiro.
Ordem dos discursos
Por tradição, desde 1946 o Brasil tem feito o discurso de abertura das sessões da Assembléia da ONU. Desta vez, porém, antes do ministro brasileiro, quem discursou foi Kofi Annan, secretário-geral da entidade.
A assessoria de imprensa da ONU explicou que Annan se pronunciou antes de Lampreia para enfatizar a importância das reformas na ONU, que objetiva melhorar sua situação financeira.
Ainda de acordo com a assessoria de imprensa, o discurso do secretário-geral não foi o de abertura da 52ª sessão.
Mesmo tendo se pronunciado depois, quem efetivamente teria aberto os trabalhos foi o ministro brasileiro.

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