São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 1997
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Área de redes oferece mais oportunidades

DAVID HOPKINS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O estudante graduado em alguma das carreiras relacionadas à tecnologia da informação encontra hoje um mercado de trabalho diversificado, pela própria difusão do uso dos computadores, em transformação, com a crescente integração entre micros, e cada vez mais competitivo.
Segundo analistas da área consultados pela Folha, as maiores oportunidades estão no setor de serviços, principalmente nos segmentos da automação bancária e das telecomunicações.
Para Gilmar Albuquerque, diretor da Dash, empresa que presta consultoria de informática, apesar de a procura ser sazonal, o mais interessante hoje para as empresas são as redes privadas de comunicações, como as Intranets.
O campo da automação bancária tem crescido desde a quebra da reserva de mercado para computadores. O das telecomunicações se amplia desde o fim recente do seu monopólio estatal, o que fez com que muitas empresas estrangeiras viessem para o país.
Razão e criatividade
Em meio a essas tendências, Mário de Seixas Queiróz, 32, consultor de desenvolvimento de sistemas da Tecbam, empresa responsável pelos caixas eletrônicos 24 horas, está migrando para a Lucent, empresa de telecomunicações se instalando no país.
Para ele, "apesar de um senso lógico ser indispensável, essa profissão exige muita criatividade".
Mário se formou em Matemática Aplicada e Computacional na Unicamp e fala o inglês fluentemente, o que considera essencial para se aprimorar tecnicamente e conseguir um emprego, já que muitas empresas enviam seus funcionários para treinamento no exterior.
Segundo ele, a demanda por profissionais de informática nas comunicações aumentou porque o computador é protagonista de um movimento de convergência de tecnologias, que faz com que sua importância como ferramenta de comunicação dentro das empresas e fora delas -com a Internet- cresça cada vez mais.
A informatização é hoje um valor agregado aos produtos de qualquer empresa, que permite um contato mais direto, para que os consumidores recebam melhor os seus serviços.
Mudança de base
Para o professor Walter Bataglia, coordenador-geral de informática da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), "o mercado está passando por uma mudança de paradigmas. Desde a década de 90, o uso do computador deixou de se fazer em ambientes centralizados (como mainframes -computadores de grande porte), em uma única plataforma operacional, para trabalhar em ambientes distribuídos (redes de computadores), multifuncionais e com aplicativos de várias plataformas diferentes".
Essa nova maneira de usar o computador trouxe uma demanda por profissionais que integrem os computadores em redes virtuais, heterogêneas e versáteis.
O tecnólogo profissional precisa de um conhecimento maior dos planos administrativos de uma empresa para poder realizar essa união, usando o micro não só como ferramenta para tarefas específicas, mas como proposta de um novo método administrativo.
"O mais importante no nosso trabalho é conhecer muito bem a atividade da empresa, seus procedimentos e necessidades, para propor soluções", é o que acredita Paulo Baroni, 36, administrador do banco de dados da Omint, uma empresa de assistência médica.
Paulo se graduou em Ciência da Computação na Unicamp, junto com sua mulher, Célia, que hoje atua administrando o banco de dados da Unicamp.

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