São Paulo, sábado, 27 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FHC assiste a nova parceria da Odebrecht

DO ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR; DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR; DA SUCURSAL DO RIO; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso participou ontem, em Salvador, da formalização do contrato de parceria entre a Odebrecht e a empresa sueca Stora Kopparbergs Bergslags.
As duas empresas vão investir US$ 1,5 bilhão para a produção de uma unidade industrial de celulose na região de Eunápolis (BA).
O projeto prevê a fabricação de 750 mil toneladas por ano de celulose branqueada de eucalipto, a partir de 2001. Segundo o presidente da Odebrecht, Emílio Odebrecht, 80% da produção será destinada à exportação.
O presidente participou do evento em um momento em que a Odebrecht e a Petrobrás são acusadas de irregularidades no acordo para a criação de um complexo petroquímico em Paulínia (SP).
O contrato entre a Petrobrás e a OPP possui uma cláusula que obriga a estatal a consultar a subsidiária da Odebrecht em futuras negociações de projetos com outros parceiros, em qualquer campo das atividades da estatal.
Ontem, a a Procuradoria da República no Rio decidiu abrir investigação para verificar se houve "lesão ao patrimônio público" no contrato entre a Petrobrás e a OPP.
Em linguagem jurídica, a iniciativa do Ministério Público Federal foi de "instaurar um procedimento". As investigações decorrentes dele definirão se será necessária a proposição de uma "medida judicial" contra a Petrobrás.
A iniciativa de fazer a investigação foi da Codid (Coordenadoria de Defesa dos Direitos e dos Interesses Difusos), órgão do Ministério Público que, no Rio, é coordenado pela procuradora Gisele Porto Santoro. Na próxima semana deverá ser designado o procurador que ficará encarregado do caso.
Acordo
A cláusula que gerou a polêmica vem sendo interpretada como a subordinação dos interesses da estatal aos de uma empresa privada.
O secretário de Direito Econômico, Ruy Coutinho, disse que proporá à Petrobrás e à Odebrecht um acordo para que seja revisto o contrato entre as duas empresas, caso a SDE conclua que o acerto para o desenvolvimento de um complexo petroquímico em Paulínia fere a concorrência.
Coutinho recebeu ontem o requerimento da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado para abrir processo administrativo para a avaliação do contrato.
Se o estudo de Coutinho concluir por mudanças no contrato, ele vai propor o acordo antes de enviá-lo ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão que julgará o caso.

Colaboraram a Sucursal do Rio e a Sucursal de Brasília

Texto Anterior: Instituição nega cobrança irregular
Próximo Texto: Financeiras estão mais cautelosas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.