São Paulo, sábado, 27 de setembro de 1997
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Abertura da temporada nos EUA tem "ER" ao vivo

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Chame de pós-pré-moderno ou de retor-pós-moderno ou simplesmente de "gimmick". Os produtores da série "ER" ("Plantão Médico", no Brasil), programa regular de TV de maior audiência nos EUA, sem saberem o que mais inventar para atrair o interesse do público, resolveram fazer o primeiro show da temporada, anteontem, ao vivo, como nos primórdios da televisão.
Há 40 anos, antes da invenção do vídeo ou mesmo logo depois dela, as grandes redes de TV dos EUA mantinham excelentes programas teatrais, transmitidos de Nova York, com a participação de nomes como Paul Newman e John Cassavetes.
Eles desapareceram do vídeo e é pouco provável que retornem. Apesar de todo o barulho que a NBC fez com esse episódio de "Plantão Médico", ele não passa de um truque para chamar a atenção. Para ficar modernoso, foram acopladas a ele atividades na Internet como conversas com atores e visitas virtuais aos cenários.
O resultado até que não foi ruim, graças a uma saída inteligente do pai da idéia, o produtor executivo John Wells. Todo o episódio foi visto pelas câmeras de uma equipe fictícia da TV inglesa que fazia um documentário sobre uma noite típica numa sala de emergência de um hospital nos EUA.
Assim, os movimentos bruscos de câmera, inevitáveis numa apresentação ao vivo, e mesmo tropeços ou erros dos atores ficaram perfeitamente justificados.
Cerca de 35 milhões de pessoas viram o programa de estréia do quarto ano de sucesso de "Plantão Médico", que no ano passado ganhou todos os prêmios Emmy possíveis.
Um dos participantes do episódio de "Plantão Médico" de anteontem foi o ator Gerald O'Loughlin, veterano das produções teatrais da década de 50.
Seu comentário: "Desta vez, ao contrário do passado, eu não estou nervoso com a possibilidade de tropeçar em alguma parte do cenário porque estou quase o tempo todo deitado sobre a maca". Ele fez o papel de um cidadão idoso levado para o hospital da casa de repouso em que mora e teve poucas falas.
Apesar de ser um truque gratuito, o episódio funcionou bem. Mas os produtores tinham gravado o programa antes para, em caso de emergência, colocá-lo no ar.

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