São Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997
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Fleury decidiu pela invasão, diz defesa

DA REPORTAGEM LOCAL

A estratégia de defesa dos policiais militares acusados no processo da Casa de Detenção será de atribuir ao ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho e ao ex-secretário da Segurança Pública Pedro Franco de Campos a responsabilidade pela invasão do presídio.
O ex-governador Fleury disse à Folha que considerou correta a opção de invadir o presídio, mas afirmou que a decisão não foi sua e que não sabia do confronto até o final da tarde do dia 2.
"O problema nesse caso está na decisão política da invasão da Casa de Detenção. Tanto o ex-governador Fleury quanto seu ex-secretário da Segurança (Pedro Franco de Campos) corroboraram a decisão de invadir o presídio", diz o advogado Antonio Fernando Pinheiro Pedro, que defende 18 policiais.
"Somente quem estava cumprindo ordens está sendo processado. Por que o ex-secretário e o ex-governador estão isentos até hoje?", questiona a advogada Ieda Ribeiro de Souza, que defende o major Valter Alves Mendonça.
Valter Mendonça, então capitão da Rota, chefiou a ocupação do 2º andar do pavilhão 9, onde a ação de sua tropa deixou 73 mortos.
"Aparentemente, a ação dos PMs foi legítima. O grave foi a morte de 111 presos. Mas não há condições de apurar as circunstâncias e os autores dos disparos", diz Pinheiro Pedro.
Procurado pela Folha, Pedro Franco de Campos disse que manteria sua decisão de nunca mais falar publicamente sobre o episódio.

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