São Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997
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HSBC Bamerindus marca a nova fase

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A compra do Bamerindus pelo britânico HSBC, em março deste ano, representou um marco na entrada no país de bancos estrangeiros, que passaram a participar do processo de reestruturação do sistema financeiro.
Para assumir o controle do sétimo maior banco privado do país -1.200 agências-, o HSBC -com sede em Londres, 5.000 agências em 78 países e ativos de US$ 402 bilhões- fez um investimento direto de US$ 930 milhões.
A transferência recebeu R$ 5,868 bilhões do Proer, o programa oficial de incentivo à fusão de bancos.
A entrada do HSBC abriu caminho para uma série de fusões e aquisições no setor, mas não foi a primeira investida dos bancos estrangeiros no país em 97.
Em fevereiro, o Lloyds Bank, do Reino Unido, comprou por US$ 600 milhões as operações bancárias de varejo do Banco Multiplic. As duas instituições eram parceiras há 19 anos.
O Multiplic detinha 80% do mercado de crédito direto ao consumidor, com carteira de empréstimos de cerca de R$ 1 bilhão. Tudo passou para o Lloyds.
A fase de internacionalização do sistema bancário brasileiro foi reforçada depois que o Santander, maior conglomerado financeiro espanhol, comprou, no mês passado, 50% do Banco Noroeste, da família Simonsen Cochrane. O investimento foi de US$ 500 milhões.
O negócio foi fechado por intermédio de outra instituição, o Banco Geral do Comércio, controlada desde março pelo Santander, que detém 51% das ações do banco.
Com a compra do Noroeste -94 agências, 321 mil clientes e lucro líquido de R$ 60,5 milhões em 96-, o Santander se transforma no nono maior banco privado do país, com ativos totais de US$ 7,479 bilhões.
A meta do Santander é abrir 200 novas agências no Brasil em cinco anos. O banco espanhol já investiu US$ 3,4 bilhões na América Latina.
Novos sócios
No início deste mês, mais três bancos ganharam novos sócios.
O Banco SRL, fundado em 1988 por João Sayad, Philippe Reichstul e Francisco Luna, vendeu 50% do capital para o banco American Express e mudou de nome: passa a se chamar Inter American Express.
O Banco Boavista foi comprado pelo banco português Espírito Santo e por uma associação entre o grupo brasileiro Monteiro Aranha e o banco francês Crédit Agricole.
O Banco Fenícia, da família Simeira Jacob, dona da rede de varejo Lojas Arapuã, também muda de mãos.
O grupo AIG (American International Group), uma das maiores seguradoras norte-americanas, comprou 51% das ações do Fenícia. O objetivo da AIG é disputar o segmento do crédito direto ao consumidor.
No final de agosto, a AIG também fechou acordo na área de seguros. Injetou US$ 500 milhões na Unibanco Seguros.

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