São Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997
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Garantias cercam as operações

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A venda de títulos garantidos por empréstimos bancários -a chamada "securitização de recebíveis financeiros"- começa com uma separação, pelo banco, dos tipos de crédito diferentes que ele possui: carteira de leasing, cartão de crédito, um grande projeto de infra-estrutura, cheque especial etc.
Cada um desses créditos tem seu risco de inadimplência. Há empresas especializadas em avaliar riscos e dar uma nota para os créditos, as empresas de "rating".
Elas levantam dados estatísticos -no caso da pessoa física- e acompanham a situação de empresas para avaliar qual o retorno provável de um empréstimo.
O banco sai, então, negociando os títulos junto aos investidores profissionais -fundos de pensão, de investimentos, seguradoras etc. É definido um preço para o título, com base na nota de risco.
Fechado o negócio, o banco vende os créditos a uma securitizadora, empresa de fins específicos. Fica uma pergunta: por que o banco não vende diretamente os papéis?
Para que, no caso de o banco falir, o investidor não fique com o mico na mão. Na falência, os credores podem avançar sobre os crédito dos bancos. A securitizadora não quebra -é juridicamente montada para se livrar desse risco.
A securitizadora vende os títulos ao investidor e só tem a obrigação de pagá-los quando o devedor pagar a sua parte. O investidor assume o risco se o devedor não pagar. Mas ganha se mais dívidas que as previstas forem quitadas.
(CPL)

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