São Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997 |
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Santos usa tecnologia no preparo físico
FAUSTO SIQUEIRA
O clube e sua patrocinadora, a Unicór, importaram uma série de equipamentos -investimento de US$ 250 mil- para realizar avaliação e a reabilitação das condições atléticas dos jogadores. "Como os aparelhos chegaram aos poucos, o ano que vem será o ano-chave. Teremos uma avaliação individual de todos os jogadores do clube, do infantil ao profissional", afirma o fisiologista Fábio Mahseredjian, que coordenou a montagem do departamento. Dentre os equipamentos que o clube adquiriu, um dos mais sofisticados é o dinamômetro isocinético, capaz de avaliar a força e o equilíbrio muscular do atleta e reabilitar grupos musculares ou articulações com deficiências. Segundo o fisioterapeuta Luiz Alberto Rosan, o equipamento ajuda a promover um equilíbrio entre a musculatura do lado direito e a do lado esquerdo do corpo. "No futebol moderno, é básico ter potência e resistência nos membros dos dois lados. Hoje, o jogador tem de saber chutar com as duas pernas", diz. O equipamento tem um computador acoplado. À medida que o atleta realiza os movimentos, o aparelho registra e fornece os indicadores físicos, permitindo criar gráficos, tabelas e um banco de dados do desempenho de cada atleta. Com base nisso, Rosan prepara programações específicas para desenvolvimento muscular ou recuperação dos jogadores. Exercícios individualizados O centro também é dotado de esteiras ergométricas, um sistema de análise de metabolismo, bicicletas ergométricas computadorizadas, aparelho de bioimpedância (para avaliação da quantidade de gordura corporal) e pulsímetros (para avaliação de frequência cardíaca durante as atividades). O sistema de análise de metabolismo serve para medir o consumo máximo de oxigênio do atleta, que reflete a capacidade de resistência. O equipamento fornece dados que permitem ao fisiologista separar os jogadores em grupos, para que estes recebam cargas de trabalho físico diferenciadas. O Santos também adquiriu um analisador de lactado, que mede a concentração de ácido lático (produto da degradação dos carboidratos) no organismo dos jogadores após uma partida. A necessidade do aparelho decorre do calendário do futebol, que tem muitos jogos. "Quanto maior a velocidade de remoção do lactato, melhor. Se o atleta não tiver acúmulo de ácido lático, estará mais descansado e com maior reserva energética para o próximo treino", afirma Rosan. Segundo Mahseredjian, a montagem do novo departamento deu autonomia e rapidez ao Santos para realizar as avaliações de seus atletas. Com isso, o tempo de recuperação de um atleta é reduzido. "O mais importante é que, agora, a gente não precisa mais sair daqui (para São Paulo) para fazer qualquer tipo de avaliação, exame ou teste", afirma. Texto Anterior: Dario opta por meio campo de jovens e fracassa Próximo Texto: Montagem da estrutura é exigência de treinador Índice |
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