São Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997
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Minúcias

RODRIGO BUENO

Até pouco tempo, quase nenhuma importância era dada às estatísticas no futebol. Saber quem finalizava mais a gol, quem era o mais assistente, quem fazia e quem sofria mais faltas não significava muito.
Nos últimos anos, porém, a leitura numérica dos jogos vem ganhando cada vez mais espaço, inclusive no Brasil. Na guerra pela audiência, as emissoras de TV ampliaram consideravelmente o uso das estatísticas.
Essa interpretação das partidas, ainda muito criticada por sua excessiva frieza (é desprovida de passionalidade), chega ao extremo na MLS, a liga norte-americana de futebol.
Os números estão tão integrados à cultura esportiva nos EUA que mesmo um torneio de pouca representatividade, sem grandes times ou craques, ignorado por quase todo o mundo (inclusive pelos ianques), é minuciosamente explicado.
Na MLS, Warzycha, do Columbus, foi aclamado como "rei do corner". O jogador cobrou, durante a temporada regular (sem contar a rodada final, que acontece hoje), 92 escanteios.
Mark Dodd, do Dallas, levou o título de melhor goleiro: fez 177 defesas, sendo que 139 foram completas -não deram rebote para os adversários.
José Vasquez, do LA Galaxy, é o homem "hat trick", termo que identifica o autor de três gols em um único jogo. Outros quatro fizeram o feito, mas Vasquez atuou em menos jogos (5).
Wegerle, do Washington, liderou em impedimento. Em 49 vezes, foi pego em posição ilegal.
Além dos jogadores, os times recebem detalhada análise. As estatísticas -para uns, modernidade, para outros, inutilidade- revelam que o Kansas, por exemplo, é imbatível quando marca primeiro. Nas 13 vezes que saiu na frente, venceu.
O eliminado MetroStars, de Parreira, também teve seu recorde: atuando fora de casa, perdeu dez jogos seguidos.
Em matéria de números, ainda estamos saindo do zero.

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