São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 1997
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Aleluia!

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

FHC olhou para baixo sem jeito ao fechar a intervenção no encontro da Assembléia de Deus, no Campo de Marte.
Disse "Aleluia!", mas avisou que era citação, não original seu.
- Eu vou terminar usando as palavras de Haendel, e cito Haendel: Aleluia!
Aleluia, em hebraico, seria "louvai jubilosamente a Jeová", ou Deus. E Deus, sabe-se, não é tema fácil para FHC, em tempos de eleição.
*
Mas não foi o conflito íntimo do presidente-candidato o mais notável da prédica.
Foi um temor diante de uma aglomeração religiosa que vem confrontar outra, no Rio, daqui a uma semana. O papa vem aí. E FHC:
- O Brasil é um país de paz... Sabe respeitar cada brasileiro nas suas crenças... Este Campo de Marte, apesar do nome, é hoje um campo de paz e não de guerra... Que possamos ter a energia para caminhar sem intolerância.
*
O mesmo temor da "guerra", da intolerância, transpareceu antes em d. Eugênio Salles, o cardeal que promove a visita do papa. Ele tem, sempre teve, espaço privilegiado na Globo, domingo. Ontem disse:
- É incompreensível qualquer restrição à presença do homem que é o defensor da harmonia entre os povos...
Falava do papa, cujos cartazes sofreram atentados nos últimos dias que não foram vandalismo juvenil. Mais d. Eugenio:
- Eu convido a todos, católicos e seguidores de outras crenças, deixando de lado as mágoas e reações mesquinhas...
Lembrou encontro ecumênico recente que denunciou "todas as manifestações anti-religiosas no continente, em particular o anticatolicismo, que agride a Igreja e a fé católica".
Acenos de paz, em tempos de "guerra" santa.

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