São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 1997
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PM irá ocupar florestas durante a visita do papa

DA SUCURSAL DO RIO

A PM (Polícia Militar) do Rio trabalha com a hipótese de o papa vir a ser incomodado por tiros disparados nas florestas próximas à casa do Sumaré onde João Paulo 2º ficará hospedado de quinta-feira a domingo.
A partir do dia 1º, véspera da chegada do papa ao Rio, cem homens do Batalhão Florestal da PM ocuparão as matas vizinhas a favelas da região da Tijuca, na zona norte carioca.
Um dos morros ocupados será o do Turano, o mais próximo do Sumaré. As matas na parte alta do Turano serão patrulhadas 24 horas por dia até a partida do papa, prevista para domingo.
Na avaliação dos organizadores do esquema de segurança da visita papal, os integrantes das quadrilhas criminosas terão que fugir para as florestas assim que a PM ocupar as favelas.
Investigações da PM indicam que os traficantes já estão passando a noite em acampamentos improvisados nas matas, para fugir da ocupação noturna das favelas, iniciada em maio pelo morro do Turano.
Para o comandante do 6º BPM (Batalhão de Polícia Militar), tenente-coronel Naor Corrêa Huguenin, é provável a possibilidade de o papa vir a ser despertado pelo barulho de tiros.
"Eles (os criminosos) terão que subir quando a polícia chegar. Só que, lá em cima, estarão os homens do Batalhão Florestal. Poderão acontecer tiroteios e confrontos dentro das matas entre policiais e traficantes", disse Huguenin à Folha.
A ocupação dia e noite de favelas e florestas começa na quarta-feira. As favelas serão invadidas de baixo para cima, o que, de acordo com o esquema de segurança, afugentará os traficantes para as matas da floresta da Tijuca.
A função dos policiais do Batalhão Florestal será vasculhar as matas à procura dos acampamentos clandestinos.
Também participarão do policiamento na floresta os integrantes da tropa de choque do 6º BPM. Para policiar os morros e as matas, o 6º BPM destacou 230 homens.
A estratégia de ação na floresta da Tijuca foi definida em reunião na quinta-feira, na sede do CPC (Comando de Policiamento da Capital) da PM.
Camuflagem
Na reunião, ficou acertado que os policiais atuarão nas matas com uniformes de camuflagem, acompanhados de mateiros experientes, conhecedores dos caminhos que cortam a floresta da Tijuca.
Os policiais patrulharão as trilhas das matas em busca dos esconderijos e dos paióis de armas e drogas que estariam sendo mantidos pelas quadrilhas em locais de acesso difícil, protegidos por vegetação cerrada.
As estradas do Parque Nacional da Tijuca serão percorridas, dia e noite, por seis carros do Batalhão Florestal da PM.
Além do Turano, serão ocupadas as matas próximas das favelas do Borel, Andaraí, Salgueiro, Chacrinha, Formiga, Casa Branca, Cruz, Divinéia, Borda do Mato e Pujol. Não está prevista a participação de militares das Forças Armadas nos esquemas de ocupação de favelas e florestas.

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