São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 1997
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Karaokê de 80 mil pessoas

LÚCIO RIBEIRO
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

A intimidade dos irlandeses do U2 com Londres, a cidade que bem acolheu a banda no começo dos anos 80, podia ser medida pelos seguidos momentos de comoção explícita. O palco, o lendário estádio de Wembley. Os ingressos, cerca de 80 mil, esgotados havia meses.
Ao simples ameaço do apagar das luzes, prenúncio da chegada do grupo ao palco, o barulho era ensurdecedor; tão logo a palavra "Pop" foi estampada no telão gigante, os urros se propagavam assustadores.
Bono Vox estava em casa. A química entre os londrinos e o U2 fazia o vocalista emplacar discursos emocionados a cada intervalo de canções.
"Espero que este show em Londres esteja sendo tão especial para vocês como está sendo para mim"; "Lembro-me da primeira vez que fui a um show aqui, em 1978, no Electric Ballroom (Camden). Eu amo esta cidade."
Assim que acabou a canção que abriu a noite, "Mofo", do mais recente CD, o guitarrista The Edge soltou os primeiros acordes de "I Will Follow", hino dos anos 80.
Nunca uma massa deve ter subido e descido tanto, de modo uniforme, na história do rock. E por essa música e pelos hits que se seguiram, o Wembley se transformou em um imagético karaokê de 80 mil pessoas.

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