São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 1997
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Centro de Estocolmo fisga os pescadores

LUIZ HENRIQUE RIVOIRO
DO ENVIADO ESPECIAL À ESCANDINÁVIA

Protegidos da fúria do mar Báltico por um arquipélago composto por 24 mil ilhas, o 1,8 milhão de habitantes de Estocolmo consegue manter um elevado padrão de vida que se reflete na limpeza de suas ruas e lagos.
Não é raro encontrar, por exemplo, pescadores tentando fisgar algum salmão do alto de uma ponte no coração de Estocolmo.
O centro da cidade, às margens do lago Mãlaren, é composto por 14 ilhas interligadas por 53 pontes. Locomover-se pela capital sueca é fácil, tanto para pedestres como para ciclistas.
Com suas ruas e vielas em meio ao casario do século 13, pequenas lojas de cristais, butiques, bistrôs, bares e restaurantes, a parte mais antiga da cidade, Gamla Stan, lembra Praga.
Vale a pena perder-se por pelo menos um dia inteiro na região. Sem auxílio de mapas, dá para descobrir em cada esquina um novo caminho que muitas vezes acaba, não se sabe como, levando de volta ao início.
Fatalmente, durante sua aventura, o visitante vai se deparar com alguma pequena praça cercada por bares, doceiras e restaurantes no melhor estilo das "piazzas" de Roma, na Itália.
Ao lado do bairro antigo fica o Palácio Real, com seus 608 quartos e móveis originais da família real. As visitas são permitidas.
A vida no centro histórico é essencialmente diurna.
À noite, depois das 19h, a maioria dos bares e lojas fecha, e, depois da meia-noite, o ambiente se transforma em um perfeito cenário para os livros de Kafka, com ruelas vazias e iluminação fraca e amarelada.
Os restaurantes -bons e variados- também fecham cedo. Por isso é bom se programar para comer por volta das 20h.
Outro programa para a noite é assistir a algum espetáculo no teatro da Ópera e depois esticar para um drinque no café instalado logo atrás do teatro.
O público local é eclético. Vale a pena dar uma parada para apreciar a decoração e os afrescos que se espalham pelo teto.
Para dançar, uma boa dica é o Sture Companiet, um casarão de quatro andares na parte nova do centro da cidade, a 300 metros do Café da Ópera, que distribui em cada uma de suas pistas jazz, funk, tecno e rock.
O barco recuperado
Um dos mais impressionantes passeios da cidade é a visita ao Museu Vasa. O local leva o nome do barco que, construído para ser a maior arma de guerra do país, não resistiu a uma pequena rajada de vento e naufragou em 10 de agosto de 1628, em um canal da cidade.
O navio ficou enterrado a 100 metros de profundidade até ser içado em 1961 num complexo trabalho de engenharia do fundo do mar. Hoje, ao entrar no museu, o visitante se depara com o barco completamente reconstruído e pode percorrer o local acompanhando a saga da construção, naufrágio e reconstrução do navio.
Também é possível entender, de forma clara e didática, as razões que levaram essa arma de guerra a esse pífio final.
Para conhecer algumas das ilhas de Estocolmo com mais calma, participe de uma excursão em algum dos barcos que partem do píer em frente ao Grand Hotel, um dos mais antigos da cidade.
Os barcos percorrem os canais e conseguem, sem ser maçantes, dar uma completa noção de como a capital se distribui no espaço.

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