São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 1997
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Embaixador prega política comum

Acordo resolveria impasse

ANTONIO CARLOS SEIDL
ENVIADO ESPECIAL A MÔNACO

O embaixador da Argentina nos EUA, Diego Ramiro Guelar, responsabiliza a falta de uma política externa comum do Mercosul pelo impasse entre as posições do Brasil e da Argentina sobre a vaga latino-americana no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Guelar fez a afirmação em Mônaco, onde participa do seminário "Investimento no Brasil - Cooperação e Repercussão no Mercosul", promovido pelo Fórum das Américas e pelo grupo Brasilinvest.
O Brasil apresentou oficialmente sua candidatura a uma vaga de membro permanente no Conselho de Segurança durante discurso do ministro das Relações Exteriores na abertura da 52ª Assembléia Geral da ONU no dia 19 passado.
Guelar disse que a Argentina continua a defender a rotatividade da vaga entre países da América Latina e do Caribe.
"A Argentina acha que o Brasil tem todo o direito de apresentar a sua candidatura. Ao mesmo tempo, temos o direito de ter uma posição diferente. Isso não implica nenhuma crise do Mercosul", disse o embaixador.
Segundo Guelar, o episódio do Conselho de Segurança da ONU mostra que Brasil e Argentina têm de ter política externa comum.
O embaixador argentino nos EUA disse ter certeza de que o impasse será resolvido "positivamente" porque cada vez mais existe a necessidade da coordenação das políticas exteriores brasileira e argentina para que a integração desses países no Mercosul crie uma força política da região no processo de globalização.
Ele não quis, porém, prever um prazo para a resolução do impasse entre os dois países com relação ao Conselho de Segurança.
Guelar enfatizou que essa divergência não deve afetar a integração regional porque, partindo de posições diferentes, como ocorre frequentemente nas negociações do Mercosul, o Brasil e Argentina têm hoje uma tendência a chegarem a acordos satisfatórios.
"Não sei quanto tempo vai levar, mas penso que a tendência é resolvermos juntos. A posição oficial da Argentina é favorável ao rodízio. Precisamos conversar muito com os parceiros da região e especialmente com o Brasil para encontrar uma solução", disse.
O empresário Mario Garnero, presidente do Fórum das Américas e do grupo Brasilinvest, defendeu na abertura do seminário a candidatura do Brasil ao Conselho de Segurança.
"O Brasil é um candidato natural ao Conselho de Segurança e o governo brasileiro tem todo o apoio do empresariado nessa empreitada", disse.

O jornalista Antonio Carlos Seidl viajou ao Principado de Mônaco a convite do Fórum das Américas

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