São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 1997
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Estação no AM é a mais seca desde 39

ALTINO MACHADO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O Amazonas enfrenta a estação seca mais rigorosa desde 1939. Segundo o superintendente interino do Ibama no Estado, Adílson Cordeiro, a taxa de umidade relativa do ar na região, que varia de 93% a 95% em condições normais, caiu para 50% e é considerada a menor dos últimos anos.
"É uma situação atípica, mas não existe um quadro de devastação", declarou Cordeiro. Ele disse que dez técnicos, mais por funcionários dos postos de fiscalização, estão em campo para descobrir as causas da fumaça que paira sobre Manaus há mais de 15 dias.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) vai divulgar na quinta-feira um relatório sobre a situação. Técnicos já identificaram mais de 70 focos de incêndio na faixa de transição da zona rural para a zona urbana em Manaus.
Segundo Cordeiro, as condições do ar na cidade estão sendo agravadas pelo fenômeno El Niño, incêndios acidentais, queimadas de florestas e do lixo doméstico e industrial. "Estamos multando aqueles que realizam queimadas sem autorização", afirmou.
Os meteorologistas do Serviço Regional de Proteção ao Vôo da Aeronáutica em Manaus disseram que não existe previsão de chuvas a curto prazo no Amazonas. Nos últimos 90 dias, foram registradas apenas duas chuvas, consideradas suaves se comparadas com as que costumam ocorrer na região.
O serviço cuida das torres de controle de vôos nos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Nesse mês, o aeroporto de Porto Velho (RO) foi fechado mais de 30 vezes para vôos visuais e por instrumentos. No mesmo período, o aeroporto internacional de Manaus operou por dez vezes apenas por instrumentos.
Em menos de um mês, o aeroporto de Rio Branco (AC) esteve fechado 20 vezes para pouso e decolagem de vôos visuais, que precisam de 5.000 metros de visibilidade horizontal. Normalmente, a visibilidade horizontal é de 10 km.
A situação mais crítica é a do aeroporto de Porto Velho, em especial à tarde, quando aumenta o número de queimadas na região. Até os vôos por instrumentos têm sido cancelados nesse período.
O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de São José dos Campos, começa em outubro a fornecer dados mais precisos sobre os focos de queimadas no país. Problemas com a antena receptora do instituto em Cachoeira Paulista estavam fazendo com que os dados não chegassem com precisão ao Inpe.

Colaborou a Folha Vale

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