São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 1998 |
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PIB cairá ao nível de 94, diz economista
CLÁUDIA TREVISAN
"Estamos voltando para o PIB de partida do Plano Real", diz. O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país. Ao mesmo tempo em que o PIB diminui, ou não cresce, aumenta o percentual dele que é apropriado pelo Estado. Essa é a "contradição insuperável". Rabello de Castro levantou o PIB de cada um dos últimos anos, converteu-o em dólar e deflacionou seu valor para preços de 1993, ano anterior ao da introdução do real. Com isso, é possível comparar índices de valores equivalentes. Pelas contas do economista, o PIB de 1994 foi de US$ 529 bilhões. O de 1997, US$ 739 bilhões. Para 1998, ele prevê um PIB de US$ 704 bilhões, que diminuiria para US$ 600 bilhões no ano 2000. Estimativas de outras fontes, em reais, indicam um crescimento de 0,7% do PIB em 1998, que ficaria em torno de R$ 905 bilhões. No próximo ano, o indicador deve diminuir cerca de 1%. Em 1999, a relação entre o PIB e os gastos governamentais deve ficar ainda mais "indigesta", diz Rabello de Castro. O economista acredita que o ajuste fiscal proposto pelo governo elevará a carga tributária do próximo ano para cerca de 32% do PIB. O déficit público cairá para 4,7% do PIB, se for cumprida a meta ajustada com o Fundo Monetário Internacional. Com esses números, o percentual do PIB abocanhado pelo Estado subirá para 36,7%. Investimentos Apesar de aumentar seus gastos, a administração pública brasileira tem investido cada vez menos em infra-estrutura e na compra de máquinas e equipamentos. Os gastos públicos com a construção de obras, por exemplo, representavam 14,09% do PIB em 1994. No ano passado, o percentual havia caído para 9,36%. Houve queda semelhante em relação a máquinas e equipamentos. Há quatro anos, a administração pública gastava o equivalente a 3,31% do PIB com o setor. Em 1997, o índice foi de 1,94%. "Os números mostram que o governo está investindo cada vez menos", afirma Gélio Bazoni, gerente de bens e serviços do Departamento de Contas Nacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo Bazoni, os números sobre os investimentos da administração pública não incluem as empresas estatais. Isso significa que a redução dos valores não pode ser explicada pelo processo de privatização, que tirou das mãos do Estado empresas como a Vale do Rio Doce e o Sistema Telebrás. Grande parte da queda pode ser atribuída aos poucos investimentos em obras de infra-estrutura, como rodovias. (CT) Texto Anterior: Estado gasta mais hoje do que há 4 anos Próximo Texto: Capital estrangeiro amplia sua presença Índice |
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