São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 1998
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BALANÇO DOS GOVERNADORES

Tasso Jereissati, do Ceará, com 72% de taxa de aprovação (ótimo e bom); César Borges, da Bahia, com 62%; e Jaime Lerner, do Paraná, com 57%, são, pela ordem, os três governadores mais bem avaliados em pesquisa feita em nove Estados e no Distrito Federal pelo Datafolha.
Todos têm em comum os fatos de ter sido reeleitos e de apoiar o presidente Fernando Henrique Cardoso. Outro aliado de FHC, o governador de São Paulo, Mário Covas, também reeleito, embora licenciado, alcançou nessa pesquisa seu maior índice de aprovação em quatro anos -38% dos entrevistados julgaram sua gestão ótima ou boa. Covas subiu do oitavo lugar, em levantamento de junho, para a sexta posição.
A nota contraditória da pesquisa é a avaliação do governador Cristovam Buarque (DF), que passou da sétima para a quarta colocação. Sua gestão foi vista como boa ou ótima por 58% dos entrevistados, mas Buarque nem assim conseguiu reeleger-se, perdendo para Joaquim Roriz. Eduardo Azeredo (MG), derrotado por Itamar Franco, ficou na quinta posição, com 46% de aprovação.
Coincidência ou não, os piores colocados na pesquisa, Miguel Arraes, de Pernambuco, e Paulo Afonso, de Santa Catarina, perderam as eleições em seus respectivos Estados e estiveram, ambos, envolvidos no escândalo dos precatórios, o que em parte pode explicar o desgaste de suas imagens. Também atingido pelos precatórios, o prefeito paulistano Celso Pitta é o que tem pior desempenho na esfera municipal.
Note-se, no caso das prefeituras, que os três mais reprovados pelos entrevistados, Luiz Paulo Conde, do Rio, e Célio de Castro, de Belo Horizonte, além de Pitta, vêm enfrentando graves dificuldades financeiras.
A pesquisa indica pois haver relação entre a saúde das contas públicas, o comportamento dos governantes e sua avaliação. Tal circunstância resulta em importante mensagem para os governadores que serão empossados e para os prefeitos que ainda têm dois anos de mandato a cumprir, num momento em que o país necessita, mais do que nunca, fazer o ajuste em suas contas.

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