São Paulo, sábado, 4 de abril de 1998
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Unifesp usa verba para alimentar ratos

MARTA AVANCINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Para garantir dinheiro para comprar a ração que alimenta os ratos usados no desenvolvimento de pesquisas e o atendimento de pacientes no hospital, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) não paga as contas de luz, telefone e água.
"Diante da falta de recursos é preciso priorizar, e aí eu escolho as pesquisas e o atendimento ao público", diz o reitor da universidade, Hélio Egydio Nogueira.
Considerada um centro de excelência na área da saúde, a Unifesp oferece cursos de graduação e pós-graduação para cerca de 2.900 alunos. Seu hospital-escola, o Hospital São Paulo, atendeu 413.434 pessoas no ambulatório no ano passado.
"A Unifesp é uma escola em expansão, em crescimento. Esse movimento pode ser prejudicado", diz Nogueira.
Os ratos são, por estranho que pareça, um dos indicadores do ritmo do desenvolvimento das pesquisas na Unifesp: quanto mais são ratos usados, mais pesquisas estão em andamento, explica o reitor. Apenas na área de acupuntura, deverão ser usadas cerca de 680 cobaias contra 250 em 97.
Os atendimentos no hospital também estão aumentando.
"O ambulatório não sofre expansão desde os anos 70, mas o número de pacientes não pára de crescer. Estamos ocupando casas nas redondezas da escola para garantir o atendimento. Isso significa mais despesa", diz Nogueira.
Menos recursos
Este ano, a universidade está trabalhando com uma projeção de repasses do governo federal da ordem de R$ 130 milhões, 20% menos que no ano passado. A estimativa é do Conselho de Curadores.
O Ministério da Educação contesta a informação e estima em R$ 128 milhões o repasse para a Unifesp em 98, R$ 4 milhões mais que em 97.
O reitor Nogueira avalia que precisará de suplementação orçamentária a partir de meados do ano. Juntas, as 52 instituições de ensino superior estimam que vão precisar de uma suplementação de R$ 120 milhões.
(MA)

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