São Paulo, sábado, 4 de abril de 1998
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Queimadas podem ser origem de novos focos

ANDRÉ LOZANO
DO ENVIADO ESPECIAL A RORAIMA

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) dobrou o número de equipes de fiscais nas áreas de Roraima que foram mais atingidas pelo incêndio para impedir que pequenos agricultores voltem a queimar seus roçados -o que já vem acontecendo.
Sobrevôos do Exército e do governo identificaram pontos de fogo que podem ser resultado de queimadas feitas após as chuvas.
A Folha apurou que o Exército convocou reunião de emergência com o governo estadual para sugerir mais empenho do Ibama e da Funai na fiscalização de queimadas. O superintendente do Ibama de Roraima, Ademir Junes dos Santos, disse que, após a chuva, "muito agricultor, que não havia queimado, pode iniciar o fogo".
O superintendente do Ibama disse que, no último sábado -um dia antes do início da chuva-, determinou o reforço das equipes de fiscais por medida de segurança. "Já prevíamos a retomada dos focos", afirmou Santos.
As quatro equipes que fiscalizavam as áreas mais críticas, por exemplo Apiaú e Caracaraí, passaram para nove esta semana. Hoje existem 36 fiscais do Ibama trabalhando com apoio do Exército e da PM. O objetivo deles é flagrar agricultores que estejam desrespeitando a proibição de queimadas, imposta em fevereiro.
"Essa estrutura ainda é muito pequena. Não é possível fazermos uma boa fiscalização apenas por terra. Precisamos de helicópteros", disse Santos. Ele disse que enviou anteontem um ofício ao Exército solicitando um helicóptero para a fiscalização, mas, até ontem, não havia obtido resposta.
Santos disse que o Ibama já entregou mais de cem notificações a agricultores que já derrubaram as árvores de seus terrenos. Normalmente esse é o procedimento que antecede a queimada.

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