São Paulo, sábado, 4 de abril de 1998
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PM prende mais, mas crimes aumentam

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de pessoas presas em flagrante pela Polícia Militar aumentou 34,78% nos últimos seis meses. Apesar disso, a criminalidade aumentou no mesmo período na Grande São Paulo.
Segundo o comandante-geral da PM, coronel Carlos Alberto de Camargo, entre outubro de 97 e março deste ano, foram presas 23.901 pessoas em flagrante pela corporação no Estado de São Paulo.
Esse período corresponde aos seis primeiros meses de Camargo no comando da polícia.
Entre outubro de 96 e março do ano passado, o número de presos foi 17.733. Nessa época, a PM era comandada pelo coronel Claudionor Lisboa.
O número de pessoas revistadas por policiais militares também teve um grande crescimento. Nos seis primeiros meses de Camargo, foram 747.044 revistados, contra 590.257 entre outubro de 96 e março de 97. Isso representa um aumento de 26,56%.
Mas esse aumento de produtividade da Polícia Militar não foi seguido por uma queda na criminalidade, como era esperado. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, comparando-se os mesmos períodos há crescimento nos quatro índices de criminalidade medidos.
A maior diferença é nos casos de roubo, que aumentaram 36,83%. Também aumentaram as taxas de roubos de veículos (31,24%), furtos (20,1%) e homicídios (11,37%).
Camargo atribui o aumento de prisões a uma maior presença da PM nas ruas e ao aumento da "auto-estima" dos policiais. "Os policiais estão trabalhando com mais vontade porque estão vendo seu trabalho mais valorizado. Eles estão procurando ocorrências", afirmou.
Para o comandante, o fato de a criminalidade não estar caindo revela que a violência social não é apenas caso de polícia. "Se a polícia está prendendo tanto e o número de crimes não cai, é sinal de que não é só um problema policial, mas um problema social."
Segundo ele, os problemas sociais que mais aumentam a criminalidade são o desemprego e a falta de assistência à criança carente.

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