São Paulo, sábado, 4 de abril de 1998
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Cresce número de mortos

DA REPORTAGEM LOCAL

Com a maior presença da PM na rua, o número de civis e de policiais mortos em confrontos aumentou.
Na opinião de Camargo, isso é uma consequência natural do trabalho da polícia.
"Com a polícia mais presente na rua, a probabilidade de confrontos é muito maior e o número de baixas também tende a crescer", declarou.
Mas, na opinião do ouvidor da polícia de São Paulo, Benedito Domingos Mariano, esse crescimento revela uma prática de violência da polícia.
"É necessário aumentar o policiamento. Mas também é necessário que essa polícia respeite os direitos humanos."
Nos cinco primeiros meses de Camargo no comando da PM, entre outubro de 97 e fevereiro de 98, foram mortos 37 civis por PMs em folga e 58 por PMs em serviço.
A Secretaria da Segurança Pública ainda não tem os números de mortes relativos a março deste ano. Entre outubro de 96 e fevereiro de 97, o número de mortos por PMs em serviço foi o mesmo. Mas os casos de mortos por PMs em folga aumentou 48% (37 pessoas na Grande São Paulo).
Os policiais também estão morrendo mais com o atual comando. O número de policiais mortos em serviço aumentou 900%: entre outubro de 96 e fevereiro de 97, apenas um policial morreu; nos cinco primeiros meses de Camargo, foram 10 mortes. Nas folgas, morreram 33,3% mais policiais no último período.
O número de PMs feridos, tanto em folga como em serviço, também aumentou.
O comandante-geral da PM, coronel Camargo, afirma que vem tomando providências para tornar a polícia mais humana. Segundo Camargo, desde janeiro, 8.000 policiais já passaram por cursos de requalificação que incluem aulas de direitos humanos.
Além disso, Camargo criou nesta semana uma comissão de direitos humanos na corporação para acompanhar denúncias envolvendo policiais e lançou um manual de cidadania para a tropa. Desde a posse de Camargo, já foram afastados 349 policiais que cometeram crimes ou atos de indisciplina.

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