São Paulo, sábado, 4 de abril de 1998
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Ritual da dança da chuva

DO ENVIADO ESPECIAL

Antes de chover no Estado de Roraima, a falta de chuva chegou a um ponto tão desesperador em Roraima que a Funai (Fundação Nacional do Índio, que ajuda os indígenas brasileiros a resolver problemas) levou dois pajés para fazer a "dança da chuva".
Os pajés levados a Roraima foram Kucrit e Mantii, da etnia caiapó. Pajé é o chefe espiritual dos índios. Os índios fizeram a pajelança na noite da última segunda na praia do Sucupira, às margens do rio Branco, em Boa Vista.
Eles disseram que preferiam fazer o ritual na cidade e não na floresta, porque tinham medo de ficar isolados na reserva ianomâmi, após pedir aos espíritos do céu para mandar chuva. O ritual consiste em bater a água do rio com galhos colhidos de uma árvore em Colide, no Mato Grosso. Também são usados cipós, que possuem água em seu interior e, por isso, "atraem a chuva", dizem os pajés.
Na manhã seguinte da dança da chuva, grande parte do Estado de Roraima foi atingido por uma forte chuva. Mas a meteorologia já previa chuvas naquele período, e dois dias antes do ritual havia chovido um pouco em algumas regiões.

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