São Paulo, sábado, 4 de abril de 1998
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Crianças não conheciam helicópteros

ANDRÉ LOZANO
ENVIADO ESPECIAL A RORAIMA

A presença de cerca de 400 homens do Exército e de 180 bombeiros argentinos mexeu com o cotidiano das crianças da vila do Apiaú, em Roraima.
Essa vila, que fica a 120 quilômetros da capital Boa Vista, está localizada em uma das regiões mais atingidas pelo fogo que tomou conta de grande parte do Estado de Roraima.
Na cidadezinha, foram montadas bases do Brasil e da Argentina com homens destacados para combater os incêndios na região.
Os argentinos ficaram 15 dias ajudando a apagar o fogo em Apiaú.
Nesse período, eles apagaram muitos focos de incêndio. Depois veio a chuva, que terminou de acabar com o fogo. Como a situação estava controlada, os bombeiros voltaram para a Argentina.
A curta permanência dos combatentes estrangeiros despertou a curiosidade e a amizade das crianças da vila.
A presença dos helicópteros argentinos ao lado da casa despertou um sonho em Inaldo Santos da Silva, 12: ser piloto de helicóptero "quando crescer".
"Só tinha visto um bicho desses na TV", contou o menino. Ele disse que a primeira coisa que fazia quando voltava da escola era debruçar no muro da sua casa pequena, construída com barro e pedaços de pau, e esperar o pouso das aeronaves.
Além de ficar olhando os "bichões", Inaldo gostava de desenhar os helicópteros. "Eu tento fazer com que eles pareçam de verdade", disse o menino.
Sandro Moura Pedrosa, 11, disse que os argentinos eram "legais" porque "jogavam bola com a gente".
Adail Viana de Souza, 11, também gostava dos argentinos, mas preferia os soldados brasileiros. "Eles davam comida e doces para a gente."

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