São Paulo, sábado, 4 de abril de 1998
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Ed Motta faz show "redondo"

MARCELO RUBENS PAIVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ed Motta fez um show impecável na última temporada em São Paulo. Casa cheia, com um público motivado que saboreou uma banda inacreditavelmente boa.
No palco, um Motta probo, feliz como o recém-contratado por Deus -pela primeira vez, em dez anos de carreira, recebeu um Disco de Ouro (100 mil cópias vendidas).
Banda afinada, nenhuma nota fora do lugar. Improvisos bem feitos, na hora exata. Tudo redondinho (ôps.). Motta é o rei do som redondo. E repete a dose hoje, no Metropolitan.
O show tinha cenário -uma reprodução da capa de seu mais recente álbum, "Manual Prático Para Festas, Bailes e Afins Vol. 1". A banda tinha figurino. E Motta entrou de terno e gravata. "Cool..."
Entrou depois de uma introdução instrumental. Aliás, o show termina com a mesma introdução. Parece uma vinheta, como em tradicionais shows de jazz norte-americanos.
Por que eu digo tudo isso? Porque já vi um show de Ed Motta, há uns cinco anos. Nada de cenário, figurino. Era a época do lançamento de seu terceiro CD, "Entre e Ouça".
Parecia entediado pelo sucesso. Irredutível com seus fãs. Era como se dissesse, "vocês só querem chacoalhar os quadris, mas tenho um som para ser apreciado".
Pelo visto, toda essa frescura se decantou. Tocou uma versão morigerada de "Vamos Dançar", ao estilo Jackson 5. Explicou seu som, uma melodia Ary Barroso num suingue Marvin Gaye.
Foi então que entendi por que o funk carioca da escola Cassiano & Tim Maia se parece carioca, e não norte-americano. É funk com melodia de samba! Eureka.
O show teve o "momento banheiro" (banquinho e violão), quando homenageou seu tio Tim Maia ("Azul da Cor do Mar").
E encerrou com 10 minutos de "Manuel", versão Chic (a banda). Senti falta de uma música deliciosa. "Shake Shake Baby", do disco "Um Contrato com Deus".

Show: Ed Motta
Onde: Metropolitan (av. Ayrton Senna, 3.000, Via Parque, Rio)
Quando: hoje, às 22h30
Quanto: de R$ 20 a R$ 50

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