São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 1998
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para oposição, ACM perde herdeiro natural

LUIZ FRANCISCO
CHRISTIANNE GONZÁLEZ

LUIZ FRANCISCO; CHRISTIANNE GONZÁLEZ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Deputado era o candidato favorito ao governo da Bahia; morte deve mudar perfil da política baiana

A morte do líder do governo na Câmara deve mudar o perfil da política baiana, segundo informações de parlamentares que conviveram com Luís Eduardo Magalhães. "Antonio Carlos Magalhães perdeu o seu herdeiro natural", disse o deputado estadual Paulo Jackson (PT), 46.
Para o deputado, o projeto político traçado por ACM era lançar seu filho candidato à sucessão presidencial de 2002.
"Luís Eduardo Magalhães era o favorito para ganhar a eleição e certamente iria trabalhar para fazer uma excelente administração", disse o deputado.
Segundo Jackson, Luís Eduardo Magalhães somente teria chances de disputar a sucessão presidencial se conseguisse combater os problemas sociais do Estado.
"A Bahia é campeã nacional do desemprego, fome e analfabetismo", afirmou.
O deputado João Henrique Carneiro (PDT) classificou como uma "tragédia" a morte de Luís Eduardo Magalhães.
"O Brasil perde um grande político. Luís Eduardo Magalhães tinha um futuro promissor e poderia se tornar o primeiro baiano a ocupar a Presidência da República", disse.
João Henrique Carneiro é filho do ex-governador João Durval Carneiro, adversário político do senador ACM.
Na época em que governou a Bahia (1983/1987), João Durval Carneiro contou com o apoio de Antonio Carlos Magalhães.
O ex-prefeito de Salvador Manoel Castro (PFL) lamentou a morte do líder do governo na Câmara. "Apesar de jovem, Luís Eduardo Magalhães era um dos mais atuantes políticos brasileiros", disse.
Manoel Castro afirmou, também, que a candidatura de Luís Eduardo Magalhães conseguiu aglutinar quase todas as prefeituras do Estado.
"A vitória de Luís Eduardo Magalhães na sucessão estadual era uma certeza", afirmou Manoel Castro, que atualmente é deputado federal.
Política mais pobre
O deputado estadual Otto Alencar (PL) disse que a morte de Luís Eduardo Magalhães "deixa o Brasil político mais pobre".
"Luís Eduardo foi o maior político da nova geração que surgiu no Brasil nos últimos anos."
A Folha tentou ouvir o ex-governador Waldir Pires (PT), principal adversário político de ACM na Bahia, mas ele estava em viagem ao interior do Estado.
Pires desistiu de concorrer ao cargo de governador duas semanas após o lançamento da candidatura de Luís Eduardo ao governo do Estado.

Texto Anterior: REPERCUSSÃO
Próximo Texto: Candidatura na BA afastou adversários
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.