São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 1998
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

REPERCUSSÃO

Leonel Brizola, ex-governador do Rio (PDT) - "Os meus sentimentos, acima de tudo, são de solidariedade com a família e, particularmente, com o pai, Antonio Carlos Magalhães. Por mais distantes nas posições, nós refluímos na condição de seres humanos. Expressamos também o apreço pelo adversário. Muito elegante e cordial, particularmente comigo".

Paulo Maluf, 67, ex-prefeito de São Paulo (PPB) - "Estou chocado. Luís Eduardo era, para a idade dele, o mais competente e hábil dos políticos. Com certeza, se sua carreira não fosse interrompida, ele chegaria à Presidência de República por merecimento".

Celso Pitta, prefeito de São Paulo (PPB) - "Lamento profundamente a morte. Ele era um grande articulador político, transitava por todos os partidos e tinha um futuro brilhante na vida política nacional. Fiquei chocado".

Sepúlveda Pertence, ministro do Supremo Tribunal Federal - "Era um dos homens mais talentosos e brilhantes de sua geração. Nunca estivemos politicamente próximos, mas nos tornamos amigos".

Eduardo Suplicy, 56, senador (PT-SP) - "O deputado era um dos maiores nomes do Congresso Nacional e, sem dúvida nenhuma, tinha o respeito de todos os seus pares, sobretudo da oposição. Sabia tratar com atenção, sabia ouvir e foi, por certo, por sua interferência, que a proposta de política social do PFL incluiu o programa de renda mínima".

Marta Suplicy, 53, candidata ao governo do Estado de SP pelo PT - "Estou muito triste. Luís Eduardo era um amigo pessoal, grande parceiro meu no Congresso. Era um homem de visão e muito diferenciado do perfil médio do partido dele. O presidente FHC perdeu um grande articulador".

Luiz Antonio de Medeiros, 50, presidente da Força Sindical - "Recebi com muita tristeza a morte do meu amigo Sérgio Motta e, agora, do Luís Eduardo. São mortes que deixam o mundo político muito pequeno. Luís Eduardo tinha um grande futuro. Foi uma perda inesperada que deixou todos muito tontos".

D. Lucas Moreira Neves, presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e cardeal de Salvador - "Falo como presidente da CNBB e amigo da família. A notícia de seu falecimento me colhe de surpresa e me deixa profundamente sensibilizado. Posso imaginar a dor de dona Arlete e do senador Antonio Carlos Magalhães, que tinham em Luís Eduardo um filho afetuoso e um homem de grande projeção, apesar de sua juventude. Quero manifestar minha profunda solidariedade pela perda irreparável. Conhecia-o há dez anos. Sempre que precisava de informações sobre o Congresso ele me atendia com muita disponibilidade. Amanhã (hoje), rezarei uma missa em sufrágio de sua alma".

José Serra, ministro da Saúde - "Convivi com ele por oito anos na Câmara. Desenvolvemos até certa cumplicidade em nosso trabalho, na rejeição do fisiologismo e do populismo, no rigor do cumprimento da palavra. Contei sempre com ele na defesa das teses mais difíceis, seja na Constituinte ou no governo. O Brasil perde um grande homem público, e eu, um grande companheiro".

Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo de São Paulo - "O deputado era uma das maiores esperanças, senão a maior, do Brasil para o futuro. Ele revelou qualidades excepcionais ao presidir a Câmara dos Deputados. Nós lamentamos profundamente a morte dele e transmitimos nossa solidariedade à sua família".

Iris Rezende, senador (PMDB-GO) e ex-ministro da Justiça - "Indiscutivelmente, o ministro Sérgio Motta empurrava (as reformas). O Luís Eduardo Magalhães era o líder que burilava. Assim, as coisas andavam. Temos certeza de que as reformas vão sair, mas com mais dificuldades".

Bresser Pereira, ministro da Administração - "Acho que a morte é a segunda tragédia que acontece no país. Eu o conheci melhor no último ano e meio. Ele teve papel importante na aprovação da reforma administrativa. Tinha um espírito público muito forte. Estive com ele ontem (segunda-feira) e ele pareceu bem".

Hugo Napoleão, senador (PI), líder do PFL no Senado - "É estonteante. O Luís Eduardo era um político feito, em quem todos nós depositávamos muita esperança. Para o PFL, foi um abalo sísmico incomensurável, um desfalque de proporções ciclópicas (gigantescas). Ele era vigoroso no plenário e habilidoso nos bastidores".

José Jorge, vice-presidente do PFL e deputado federal (PE) - "Foi uma grande perda para o Brasil, que ultrapassa os limites do partido. O Luís Eduardo era o grande líder do Congresso, um dos principais responsáveis pela aprovação das reformas. Era o melhor político da geração que acabou de completar 40 anos".

Paes de Andrade, presidente do PMDB e deputado federal (CE) - "Ele era um homem situado no centro, mas com extraordinário trânsito em todas as correntes políticas do país. Era correto e altivo. Podia-se discordar de suas posições, mas não de sua honestidade ao cumprir compromissos assumidos".

José Dirceu, presidente nacional do PT - "Ele era um líder emergente, novo. Tudo indicava que seria herdeiro de Antonio Carlos Magalhães. Tinha papel-chave no governo: era um bom negociador, respeitador de acordos. Embora fosse um homem de direita, sempre respeitou a oposição".

Delfim Netto, deputado federal (PPB-SP) - "O liberalismo perde um líder de alta qualidade, que vai fazer muita falta. Ele tinha qualidades de estadista e a possibilidade concreta de ser um projeto futuro para o liberalismo. Era um fator de integração enorme. Pode até aparecer outro, mas não com o estilo dele. É uma tragédia, é uma perda extraordinária para a política. Era o político de maior futuro no país no campo liberal".

José Genoino, deputado federal (PT-SP) - "Fiquei muito abatido. Era uma liderança séria, tanto na disputa quanto na negociação. Era um líder com quem sempre conversávamos sobre o futuro do Congresso Nacional. Essas coisas mexiam muito com ele. Sua liderança estava crescendo muito no país. É uma perda muito grande para a democracia."

Pedro Parente, secretário-executivo do Ministério da Fazenda - "Em dois dias, o governo perdeu pessoas que eram chaves em posições diferentes. A morte de Luís Eduardo é lamentável, chocante e brutal. Ele era pessoa da confiança do presidente e da oposição. Essa perda traz dificuldades em tudo".

Nelson Jobim, ex-ministro da Justiça - "Luís Eduardo era absolutamente transparente. Era o voto mais previsível no Congresso. Um político leal, de atitudes marcadas. Na Comissão do Orçamento, quando houve a caça às bruxas, ele foi o único líder que esteve permanentemente ao lado de seus companheiros disposto a defendê-los".

Marco Maciel (PFL), vice-presidente da República - "A morte do deputado deixa a política brasileira mais pobre. Sua vida encarnou a luta pela modernidade do país em todos os seus aspectos. A ela doou-se integralmente. Ele foi o símbolo de uma época".

Texto Anterior: Deputado representava nova geração, dizem governadores
Próximo Texto: FHC rejeita negociação sobre vaga de Motta
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.