São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 1998
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Estado define mudança no combate ao crime

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, José Afonso da Silva, define hoje que medidas irá tomar para tentar reverter o crescimento da criminalidade na Grande São Paulo.
Segundo balanço da secretaria divulgado anteontem, o mês de março deste ano foi o mais violento de toda a história da Grande São Paulo. Todos os índices de criminalidade -homicídios dolosos (quando há intenção de matar), furtos, roubos e furtos e roubos de veículos- bateram recordes.
No mês passado, foram registrados 771 assassinatos (24,87 por dia), 11.830 furtos, 10.605 roubos e 10.698 furtos e roubos de veículos. Nunca foram registrados tantos crimes em um único mês.
Somados os números relativos a janeiro e fevereiro, esse foi o começo de ano mais violento da região metropolitana de São Paulo.
Dependendo do que for decidido, a estratégia poderá ser modificada. Anteontem, o coronel Valdir Suzano, comandante do policiamento na Grande São Paulo, negou que houvesse alguma falha. "Com certeza, o secretário vai tomar uma decisão amanhã (hoje) a respeito do que ele vai cobrar da polícia, em qual sentido não sei", disse Alves de Souza.
Existe também a possibilidade de convocação de uma reunião emergencial ainda hoje com a cúpula da PM e da Polícia Civil. A proposta do encontro foi feita ao secretário pelo delegado-geral de polícia, Luiz Paulo Braga Braun.
"O delegado-geral está reconhecendo que é preciso conversar e definir uma estratégia em conjunto", disse Alves de Souza.
Anteontem, Braun havia afirmado, por meio de sua assessoria, que os números relativos ao mês passado causaram apreensão, pois não era esperado um aumento de todos os índices.
Essa não será a primeira vez que uma reunião emergencial é convocada para redefinir os rumos do combate ao crime. Isso já ocorreu no final do ano passado, quando foi decidida a criação dos GPIs (Grupos de Planejamento Integrado), que definem ações em conjunto entre as duas polícias.
No entanto, os números mostram que as medidas adotadas não surtiram o efeito esperado. Braun já sinalizou que é necessário traçar novas diretrizes dos GPIs. "Se houver como aprimorar, melhor ainda", declarou Suzano.
O coronel Carlos Alberto de Camargo, comandante-geral da PM no Estado, não foi encontrado ontem para comentar o assunto.

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