São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 1998 |
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Estudantes de direito depredam hotel em SP
MAURÍCIO SIMIONATO
Os jogos, que começaram no sábado e terminaram ontem, contaram com a presença de pelo menos mil alunos de oito universidades e faculdades do Estado. Os estudantes destruíram dez dos 52 apartamentos do hotel, jogaram um criado-mudo pela janela do 10º andar, quebraram o elevador e deixaram o prédio sem água após danificarem o hidrante. Eles também jogaram uma TV pela janela, destruíram pelo menos 12 interfones, danificaram as caixas de energia e de central telefônica do prédio. Os estudantes foram vistos urinando da janela do 4º andar do prédio. Uma estudante da FMU, que preferiu não se identificar, disse ter ficado com medo de descer as escadas no escuro e ser estuprada. Estavam hospedados no local cerca de 300 estudantes -200 da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) e 100 da PUC-São Paulo. Segundo a polícia, todos os envolvidos são rapazes de classe média alta. Os universitários foram indiciados por crimes de danos ao patrimônio público, vandalismo e atentado ao pudor. Eles responderão a processo penal. Os estudantes da FMU culpam os alunos da PUC. Eles disseram que um grupo de alunos de direito da PUC (conhecido como "tropa de choque") é considerado violento nos encontros estudantis. A Folha conversou com três integrantes da "tropa de choque" que admitiram que a fama de serem violentos se justifica. Entretanto, eles negaram envolvimentos no caso do hotel. Os representantes do diretório acadêmico da PUC-SP admitiram que houve ocorrências graves. Segundo a PM, três estudantes da Unip (Universidade Paulista) acenderam um morteiro em frente ao Hotel Florença, em Americana, onde estavam hospedados outros 150 estudantes. Os fogos danificaram três carros. Não é a primeira vez que estudantes de direito depredam hotéis em Jogos Jurídicos. Em 96, eles também deixaram "rastros" em Piracicaba (170 km de SP). "Não quero nem lembrar. Cheguei a chorar", disse Célia Fátima Marques, 37, subgerente do Beira Rio Palace Hotel. Segundo ela, eles jogaram vasos de flores na piscina e quebraram mesas e cadeiras. Texto Anterior: Água mineral melhora estado de saúde de presos, afirma médico Próximo Texto: Preso policial acusado de atirar em índio pataxó Índice |
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