São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 1998 |
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Pena Branca e Xavantinho tocam no Sesc
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
O CD, 14º da dupla, promove uma viagem pelo interior do Brasil. Em suas 13 faixas, além de regravações, como "Morro Velho" (Milton Nascimento) e "Planeta Água" (Guilherme Arantes), o disco traz canções inéditas num vasto campo de estilos, que segue da moda de viola até o arrasta-pé, o lamento e o boi. "Trata-se de um mapa cultural do Brasil. Fizemos uma pesquisa, e as músicas resgatam a memória, os costumes e as raízes culturais de todas as regiões", explica Xavantinho. "E o show é como um filme da vida no campo." Com viola, violão, percussão e baixo acústico, nesta primeira apresentação no Sesc Pompéia, a dupla estará trazendo os sucessos da carreira, entre eles "Cio da Terra" e "Cuitelinho". O novo CD será apresentado no Tuca, quando a dupla cantará junto com Renato Teixeira (24/04) e Guilherme Arantes (26/04). "Cantaremos esse espírito de ser matuto, de ser um pouco caipira e ter com um compromisso com a cultura brasileira", explica. Depois do teatro Tuca, a dupla iniciará uma turnê pelo país. Referencial Discriminados no início da carreira, os irmãos José Ramiro Sobrinho, 58, e Ranulfo Ramiro da Silva, 55, Pena Branca e Xavantinho, criaram a dupla em 1961 e só gravaram o primeiro disco em 80. "Não pretendíamos seguir carreira. Cantávamos em função das festas e para consolar a morte de nosso pai", admite Xavantinho. Com o primeiro trabalho gravado, a dupla sertaneja conquistou o Brasil. Ampliou o sucesso com a regravação de "Cio da Terra" e a parceria de trabalho com Rolando Boldrin. "Sempre fomos guiados por grandes nomes, como Milton Nascimento, Rolando Boldrin e outros que marcarão para sempre nosso trabalho", avalia. Nos demais discos, recheados de participações especiais, a dupla manteve o estilo sertanejo que, segundo Xavantinho, hoje, aparece distorcido. "Aqueles que cantam em dupla ganham o título de sertanejo. Mas o romantismo de algumas delas está distante do sertanejo, além de ser uma mistura de estilos, incluindo o country. Ser sertanejo é ter originalidade, cantar o folclore, o amor e o campo", admite. Ele afirma que a opção pela música sertaneja tornou a dupla um referencial. "A dupla é porta-voz da cultura do campo. Hoje, os novos talentos da música sertaneja estão anônimos, espalhados no interior e nas regiões com tradição de festas e costumes." Show: Pena Branca & Xavantinho Quando: hoje, às 15h30, no Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel. 3871-7739). Dias 24 e 25, às 21h30, e 26, às 20h30, no teatro Tuca (r. Monte Alegre,1.024, tel. 3873-3422) Quanto: gratuito, no Sesc Pompéia; R$ 20, no Tuca Texto Anterior: Fiaminghi colhe cores nas ruas para plantar nas telas Índice |
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