São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 1998
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"Insetos" vão ajudar soldados

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Dois cientistas da Universidade Vanderbilt, em Nashville, nos EUA, estão desenvolvendo insetos-robôs que podem ajudar, futuramente, soldados a patrulhar posições inimigas ou servir de apoio à exploração científica de outros planetas.
Os dois professores de engenharia mecânica conquistaram um contrato do Pentágono no valor de US$ 904 mil para fazer os insetos. Ephrahim Garcia e Michael Goldfarb querem equipar as pequenas máquinas com sensor ou câmera de transmissão de informações.
A Agência de Pesquisa de Projetos Avançados de Defesa (Defense Advanced Research Projects Agency ou Darpa), que desenvolveu a tecnologia usada para criar a Internet, concedeu aos professores um contrato de três anos. Eles esperam ter um protótipo dos insetos pronto até junho.
"Eles serão pequenos e compostos de metal, com quatro ou seis patas. Terão cerca de cinco centímetros de comprimento, com o tamanho de um besouro de grande porte", diz Goldfarb.
Os insetos rastejantes serão feitos de titânio ou aço e acionados por baterias. Os sistemas eletrônicos e mecânicos precisam ser eficientes se se quer que os insetos tenham utilidade prática, porque o poder de bateria disponível para acioná-los será pequeno.
Os professores planejam usar cerâmicas piezoelétricas, a fim de obter o máximo de energia das baterias. Uma placa fina de metal recoberta de cerâmica ficará por sobre o esqueleto do inseto.
A voltagem da bateria será aplicada àquela placa, que se curva quando a eletricidade passa por ela e volta à forma original quando a corrente é interrompida. Os movimentos da placa farão com que as pernas dos insetos mecânicos sejam acionadas.
É uma tecnologia semelhante à que faz um pager vibrar no bolso de seu proprietário.
Uma das vantagens dos "rastejadores" seria seu preço. "O custo desse empreendimento está quase todo no projeto, não na produção", diz Goldfarb.
Cada protótipo adquirido custará cerca de US$ 100, mas, se os insetos vierem a ser produzidos em massa, o custo pode cair para apenas US$ 10, dependendo do tipo de sensor ou câmera utilizado, disseram os professores.
É importante que os insetos sejam baratos, pois "não contamos com a volta deles para que sejam reaproveitados", diz Goldfarb.

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