São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 1998
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Surpresa; Charge infeliz; Sequestradores de Diniz; Com pena do ratinho; D. Paulo Evaristo Arns; Crise nas universidades; Salários mínimos; O poder da TV; Canal Comunitário; Efeito sanfona

Surpresa
"Surpreendido com o título 'TJ condena deputado por irregularidade', publicado na pág 1-11 (Brasil) de 15/4, apresento os fatos não publicados que deram origem à reportagem.
Não cabe discutir as decisões do Tribunal de Justiça, mas, como qualquer cidadão, ingressei e tive acolhido o recurso extraordinário junto ao Supremo Tribunal Federal, estando a questão, ainda, sub judice.
Cabe explicar que a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo é, no mérito, plenamente contestável. Em nenhum momento utilizei, em meu benefício ou de qualquer outro, verbas públicas para promoção política ou pessoal ou quaisquer fins ilícitos.
Lamento o destaque dado pelo jornal, procurando associar situações que estão ainda pendentes de julgamento com a minha atuação como parlamentar e presidente da comissão especial que trata de elaborar projeto de emenda constitucional sobre a imunidade."
Antonio Carlos Pannunzio, deputado federal pelo PSDB-SP (Brasília, DF)

Charge infeliz
"De extrema infelicidade a charge publicada na pág. 1-2 (Opinião) de ontem, alusiva à morte do ministro Sérgio Motta. Não consigo compreender por que a Folha, num momento de consternação e tristeza, faz piada com a desgraça e o sofrimento alheios."
Luiz Fernando Sampaio (São Paulo, SP)

Sequestradores de Diniz
"Ficamos indignados sobre o interesse do governo federal em extraditar criminosos, principalmente os canadenses Christine Lamont e David Spencer, que, sem escrúpulos, saíram de seus países para praticar crimes em nossa pátria. Com tal intenção o governo federal convida estrangeiros a delinquir no Brasil, conscientes de que, "se presos', cumprirão parte mínima da pena e poderão gozar a injusta liberdade em seus países."
Rogério Camargo Pires Pimentel (Bom Jesus dos Perdões, SP)
*
"Por que não expulsar os sequestradores de Abílio Diniz?
Os prisioneiros já cumpriram um terço da dura pena de 28 anos e merecem o livramento condicional por boa conduta. Mas a lei não favorece estrangeiros sob a alegação de que eles não teriam trabalho, se soltos. A Justiça cumpre a sua parte e a expulsão dos condenados não a deslustra."
Tito Livio Fleury Martins (São Paulo, SP)

Com pena do ratinho
"Não aguento mais ver aquele lindo ratinho apanhando na publicidade da Folha na TV. Acho aquela propaganda horrível e violenta. A dos jogadores de futebol que chutam o ratinho é demais. Quando aparece, já mudo de canal."
Alice Soares Ferreira (São Paulo, SP)

D. Paulo Evaristo Arns
"Tecer comentários acerca da atuação de d. Paulo Evaristo Arns frente à Arquidiocese de São Paulo extrapolaria em muito as 15 linhas sugeridas aos colaboradores do 'Painel do Leitor'.
Na hipótese de d. Paulo nunca ter vivido no Brasil e muito menos atuado na arquidiocese, ficam algumas questões: o que seria de nós? Quantas famílias a mais estariam hoje a lamentar a perda prematura dos seus filhos mortos pela repressão e tortura?
Graças a Deus isso não aconteceu e graças a d. Paulo estamos cada vez mais conscientes da importância de exercer a nossa cidadania."
Maria Laura de Castro Cardoso Macedo (Campina Grande, PB)

Crise nas universidades
"Sempre acompanho a Folha. Porém há dias venho me perguntando por que um assunto tão sério quanto o ensino superior não tem a cobertura que na minha opinião deveria ter. Passei cinco anos em uma universidade federal e posso dizer que a situação é muito mais séria do que os meios de comunicação vêm divulgando."
Marco Antonio Jr. (Campinas, SP)

Salários mínimos
"Temos de parar com essa hipocrisia de falar que o salário no Brasil é o mais baixo do mundo. Por que os órgãos de imprensa não fazem uma pesquisa no sentido de verificar quem no Brasil recebe realmente o salário mínimo? Estou falando dos trabalhadores em atividade, e não dos aposentados, que são um outro problema.
Dizer que o trabalhador no Brasil ganha um salário mínimo e que no Paraguai esse salário é de US$ 183 é a mais pura indústria da desinformação.
Quantos paraguaios na realidade não recebem nem sequer US$ 50 por mês? Em que se baseia o jornal para dizer que um paraguaio ganha US$ 183 como salário mínimo? Estou falando de realidade e não de números oficiais."
Áureo Ribeiro (Dourados, MS)

O poder da TV
"Como é bom ter 20 minutos disponíveis na telinha mágica que mais de 90% dos brasileiros têm em casa. De repente um país solapado pelo desemprego, pela desigualdade social, pela injustiça, pela concentração de renda, pela falência dos sistemas públicos de saúde e educação, pelos oligopólios empresariais, pelo coronelismo arcaico vira uma maravilha para fazer inveja a qualquer social-democrata convicto.
Foi assim o programa do PSDB exibido em 16/4, no horário nobre. "O Brasil mudou... Melhorou mais para uns... Melhorou menos para outros... Mas que melhorou, melhorou!', dizia o chavão do programa."
Sergio F. Aquino (São Carlos, SP)

Canal Comunitário
"A reportagem 'Implantação de novos canais recebe críticas', publicada em 15/3 na pág. 1-6 (Brasil), sobre as críticas feitas aos canais básicos de utilização gratuita, criados pela lei 8.977, foi prova de conhecimento superficial de seu autor, principalmente quando se trata do Canal Comunitário.
Gostaria de esclarecer os seguintes pontos: a lei não permite discriminações de nenhum tipo, portanto o código de ética do canal tem apenas o poder constitucional de proibir mensagens atentatórias contra a vida, a liberdade e a igualdade.
O conselho gestor não possui poder de exclusão. Em 12 horas de programa no ar, existe uma hora e quinze minutos de grupos religiosos. O Canal Comunitário, mais do que qualquer outro, foi uma conquista da sociedade. Destruí-la com críticas infundadas é destruir as organizações que tanto lutaram para democratizar os meios de telecomunicação."
Ina Ouang (São Paulo, SP)

Efeito sanfona
"As reportagens que se vêm sucedendo na mídia sobre o 'efeito sanfona' a que estão submetidos os predispostos à obesidade carecem de fundamento lógico. O que move qualquer animal é a vontade. E o que motiva a vontade é a dor.
O obeso quer perder peso por estar se sentindo mal com o próprio corpo. Uma vez restabelecido o peso com que se sinta bem, desaparece a vontade por não haver mais dor. A pessoa volta naturalmente a comer mais e torna a engordar. E, ao voltar a sentir dor, torna a fazer regime. Dizem que o ser humano é racional. Mas ele só entende as coisas por meio da dor e da sensibilidade, e não da razão."
Magnus Amaral Campos (São Paulo, SP)

Texto Anterior: Pela regulamentação dos planos de saúde
Próximo Texto: ERRAMOS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.