São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998
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Processo de FHC é picuinha, diz petista

PT propõe comissão para Telebrás

PATRÍCIA ANDRADE
DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado Luiz Gushiken, coordenador da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem que a ameaça do presidente Fernando Henrique Cardoso de processar o candidato petista por causa de suas declarações sobre a venda da Telebrás é uma "questão menor para o PT".
"São picuinhas jurídicas. O que interessa mesmo, e precisa ser esclarecido ao povo brasileiro, é por que o presidente está vendendo a Telebrás por um preço tão baixo e no final de sua gestão", afirmou.
Na quarta-feira passada, Lula acusou FHC de ter pressa em privatizar a Telebrás "possivelmente para fazer 'caixa dois' para sua campanha".
O deputado descartou a possibilidade de Lula fazer uma retratação pública, como sugeriram os advogados do presidente. Segundo Gushiken, a "imprensa deveria fazer uma investigação profunda sobre os financiadores da campanha de FHC".
"O governo está dando um tratamento leviano a essa questão. Está vendendo um sistema que vale bilhões e foi criado com o suor do povo brasileiro", disse.
Para ele, há "evidências" de que existe relação entre a venda da estatal e o financiamento da campanha de Fernando Henrique.
Gushiken sugere que seja criada uma comissão de três integrantes para averiguar melhor a privatização do sistema Telebrás e analisar o preço da estatal.
Essa comissão seria formada por um integrante indicado por FHC, outro por Lula e um terceiro neutro. "Depois da conclusão desses trabalhos, aí sim é hora de retratação, que pode ser de Lula ou do próprio presidente", disse.
O deputado negou que o candidato petista tenha colocado em xeque a honestidade do presidente ao dar as declarações sobre a privatização da Telebrás.
"O financiamento de campanhas políticas é uma coisa legal. Mas, se é fruto da negociação da venda de uma estatal do porte da Telebrás, torna-se algo imoral." (PATRÍCIA ANDRADE)

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