São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998
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Frequência cresce a cada ano

PAULO SAMPAIO
DA REVISTA DA FOLHA

A frequência ao evento aumenta a cada ano. Em 1996, havia 30 mil pessoas; em 97, esse número dobrou e este mês bateu-se o recorde. "No primeiro ano, 1991, reuni um grupo de amigos para viajar, sem intenção de fundar nada. Nunca imaginei que acabaria criando um evento desses. Éramos só 1.500 gays nos divertindo na Disney. Em 1992, a gente voltou na mesma época com mais gente e assim por diante", conta Doug Swallow.
Apesar de a Disney dizer que foi "um dia como outro qualquer" e a comunidade insistir na retórica de que "gay é um ser humano como outro qualquer", um passeio no parque deixava claro que aquele era um dia "muito especial".
Crianças e mães eram minoria. Uma multidão de homens de vermelho (cor oficial do evento) dominava a cena. A Pequena Sereia, Peter Pan e Hércules perdiam de longe em atenção para as "noivas" musculosas, de véu e grinalda, casais de gays e lésbicas "siameses", vestidos iguaizinhos.
"As crianças pediam para fazer fotos comigo", conta o administrador de empresas Michael Dalton, 35, que passeava pelo parque com as orelhinhas da Minnie.
A predominância gay mudou o clima nos brinquedos. Na "Torre do Terror" (um elevador que despenca de mais de 40 metros), em vez de mostrar medo, os visitantes davam os gritos mais altos e faziam pose na hora da queda, contorcendo a boca, levantando as mãos e revirando os olhos.
(PS)

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