São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998
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Bélgica e Holanda abrem a temporada de vaias

DA REPORTAGEM LOCAL

Empate sem gols desagrada a maioria dos torcedores e leva México, que bateu a Coréia do Sul, à liderança do Grupo E

Tida como uma das seleções favoritas ao título, pela versátil disposição tática e pelo poderio ofensivo, a Holanda se transformou em uma das maiores decepções deste início de Mundial.
Ontem, pelo Grupo E, no Stade de France, em Saint-Denis (na periferia de Paris), os holandeses empataram em 0 a 0 com a Bélgica, em uma partida que começou com pressão dos comandados de Guus Hiddink e terminou com dois times perdidos em campo.
Como consequência do placar e do fraco espetáculo, as duas equipes arrancaram as primeiras vaias deste Mundial.
A partir dos 30min do segundo tempo, a maioria dos 75 mil torcedores presentes ao Stade de France, principalmente os holandeses, iniciou um coro estridente, que foi sendo ampliado gradativamente até o final do jogo.
Com o resultado, o México, que venceu a Coréia do Sul, assumiu a liderança isolada do grupo, com três pontos. Holanda e Bélgica estão empatados, com um ponto cada. A Coréia do Sul não pontuou.
Na próxima rodada, no sábado que vem, a Holanda enfrenta a Coréia, e a Bélgica pega o México.
O atacante holandês Patrick Kluivert, uma das figuras mais apagadas do jogo, foi expulso aos 34min do segundo tempo, por agredir sem bola o belga Staelens.
O meia-atacante Dennis Bergkamp, sem atuar desde de abril por causa de uma lesão nos ligamentos do joelho, entrou no lugar do meia Seedorf aos 20min do segundo tempo, mas, fora de forma, pouco contribuiu.
Foi o segundo confronto entre as duas seleções na história das Copas do Mundo.
No Mundial de 94, nos EUA, os belgas venceram por 1 a 0, com uma atuação destacada do goleiro Preud'homme, eleito o melhor daquela edição do torneio.
Nas eliminatórias para a França-98, no entanto, a Holanda havia derrotado os belgas duas vezes -3 a 0 e 3 a 1.
Agora, o retrospecto de confrontos entre as equipe (considerando apenas eliminatórias e Mundiais) soma 14 partidas, com 7 vitórias holandesas, 4 empates e três triunfos dos belgas.
Com uma movimentação constante em todos os setores e saída de bola rápida, a Holanda deu a impressão de que iria superar facilmente o adversário.
Usando as laterais de campo -com Overmars pela esquerda e Seedorf e Hasselbaink pela direita-, a equipe do técnico Guus Hiddink dominou amplamente o jogo nos primeiros 25 minutos, período em que criou boas oportunidades de gol.
Na melhor delas, logo aos 5min de partida, após jogada de Ronald de Boer pela direita, Hasselbaink, com o gol aberto à sua frente, chutou torto, para fora.
A supremacia holandesa na ala direita era tão gritante que o treinador belga, Georges Leekens, fez sua primeira substituição logo aos 21min do primeiro tempo.
O lateral-direito Crasson, que levava clara desvantagem na disputa com Overmars, foi trocado por Deflandre.
A partir da segunda metade da etapa, a Holanda diminuiu o ritmo, a Bélgica equilibrou, e o jogo perdeu qualidade, com vários erros de passe e diminuição das jogadas ofensivas.
Prova disso é que só duas chances -uma falta cobrada por Seedorf, pelo lado da Holanda, e uma "peitada" de Wilmots, pela Bélgica- foram criadas no período.
No início do segundo tempo, a Holanda deu novamente a impressão de que não teria dificuldade para vencer.
Aos 3min, o goleiro belga De Wilde foi obrigado a fazer duas defesas seguidas, em chutes de Hasselbaink e Winter.
Aos 8min, Deflandre salvou o que seria um gol contra do arqueiro belga.
Como ocorrera na primeira etapa, a Bélgica equilibrou o jogo, e Nilis quase marca aos 11min.
Na última chance do jogo, o holandês Jonk pegou de primeira bola alçada no escanteio, mas Deflandre salvou em cima da linha.
Os holandeses terminaram a partida com dois pontas abertos -Zendem, pela direita, e Overmars, pela esquerda.
Em termos gerais, a Holanda esteve melhor e reteve mais a bola -29min45s, contra 23min31s da Bélgica-, mas os seus atacantes não mostraram eficiência.
Uniforme reserva
Os dois times jogaram com o uniforme número dois.
A Holanda, que tem como uma das características marcantes as camisas e calções de cor laranja, jogou ontem vestida de azul (exceto os meiões), enquanto a Bélgica, cujo fardamento é vermelho, entrou em campo de branco.

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