São Paulo, quarta-feira, 17 de junho de 1998 |
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Cadastro inclui 1 morto em Montezuma
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MONTEZUMA (MG) O cadastro de 1.487 chefes de família a serem beneficiados com cestas básicas do governo federal em Montezuma (700 km a norte de Belo Horizonte) inclui pelo menos um morto, além da própria representante da Igreja Católica na comissão responsável pelo cadastramento.A vereadora Beroniza Cordeiro de Sá (PSDB), de oposição à prefeita Ivani das Neves Lopes (PDT), afirma que sua mãe Anízia Cordeiro de Oliveira já morreu há cinco anos, mas seu nome e o número de seu título de eleitor constam no cadastramento feito em 97. A Agência Folha noticiou a existência de irregularidades no cadastramento de famílias carentes em Montezuma em setembro de 1996, mas, até hoje, não foi encontrada uma solução. Segundo o superintendente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em Minas, Levimar Moraes de Oliveira, Montezuma é o único município brasileiro que ainda não regularizou sua situação para receber as cestas básicas do Prodea (Programa de Distribuição Emergencial de Alimentos), do Programa Comunidade Solidária. Ele disse que a distribuição de cestas foi interrompida há 24 meses. Oliveira diz que já houve oito visitas de técnicos à cidade, mas as irregularidades continuam. "Há uma desavença entre a prefeita e um vereador, mas a Conab não pode intervir na comissão, só pode cobrar sua legalidade." Segundo três integrantes da comissão ouvidos pela Agência Folha, a culpa seria do vereador Erival José Martins (PSDB), 30, representante da oposição, que se recusa a assinar o cadastro das famílias carentes. Martins diz que não assina porque há ainda outros beneficiários que já morreram e 41 nomes de pessoas que já são beneficiadas com cestas básicas em uma cidade vizinha, além de uma mulher que aparece mais de uma vez com documentos diferentes. O presidente da comissão e irmão da prefeita, Itajair Lopes, 35, reconhece que podem existir pessoas mortas e moradores de outro município porque o cadastramento foi feito no ano passado. No entanto, ele não concorda em retirar o nome dos mortos, mesmo se o óbito estiver comprovado. "É mais uma razão (para dar a cesta em nome de quem já morreu), porque a mulher e os filhos precisam comer." Ele diz que não vê problema na inclusão de moradores do antigo distrito de Santo Antônio do Retiro, que se emancipou em 1996. Texto Anterior: Desemprego é pior que falta de chuva Próximo Texto: Cidade sofre com seca há 6 meses Índice |
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