São Paulo, quarta-feira, 17 de junho de 1998
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"Policial vai pensar duas vezes"

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

"Se não for um doido varrido, o policial vai pensar duas vezes antes de fazer algo errado", afirmou o coronel Luiz Carlos de Oliveira Guimarães, corregedor da Polícia Militar de São Paulo, ao comentar a nova resolução da Secretaria da Segurança Pública.
Segundo Guimarães, com a obrigatoriedade da realização do exame residuográfico -tanto da vítima como do policial- imediatamente após uma ocorrência, vai ficar muito mais difícil "alguém falsear" os fatos. O coronel se refere aos casos em que o policial alega que a pessoa acabou morrendo porque ofereceu resistência, em uma suposta troca de tiros.
Sem levar em consideração as hipóteses de fraude, o exame poderá esclarecer se a vítima realmente efetuou disparos antes de ser morta ou ferida pela polícia.
"Esse reforço é muito bom. Se bem que a gente (corregedoria) sempre pediu os exames. No entanto, em alguns casos, eles não eram feitos porque o delegado entendia que não era o caso. Agora é obrigatório", disse Guimarães.
"A resolução é de extrema importância. É mais um mecanismo para tentar impedir a violência policial. Mas, infelizmente, é claro que ainda vão ocorrer casos", afirmou Benedito Domingos Mariano, ouvidor da polícia.
Na opinião do ouvidor, há muitos casos questionáveis de pessoas que morreram nas "clássicas" resistências seguidas de morte. "A resolução pode esclarecer muitos casos de violência policial."
(CA)

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