São Paulo, quarta-feira, 17 de junho de 1998
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Depois de cair 12,5%, Bolsa sobe 1,92%

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de cair 12,5% nos quatro pregões anteriores, a Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem em alta, de 1,92%. O volume negociado, de R$ 544,7 milhões, foi abaixo da média. Os negócios terminaram às 15h por causa do jogo do Brasil na Copa do Mundo.
Os analistas atribuíram a recuperação em São Paulo ao fortalecimento do iene contra o dólar. Se a moeda do Japão ganha valor, os temores de que outras economias asiáticas tenham de desvalorizar suas moedas para tornar seus produtos tão competitivos quanto os japoneses se reduzem.
Com a crise na Ásia e na Rússia, os investidores estrangeiros estão desanimados com os mercados emergentes. Nos dez primeiros dias de junho, a Bolsa de Valores de São Paulo continuou a registrar saída líquida, de R$ 94,6 milhões. No mês passado todo, saíram R$ 554,5 milhões em investimentos estrangeiros da Bolsa.
A firmeza em Nova York, ontem, também contribuiu para a valorização em São Paulo. Quando a Bolsa paulista fechou, o Dow Jones estava estável, mas o Standard & Poor's subia. O Dow Jones terminou o dia em alta de 0,43%.
O otimismo maior tomou conta dos mercados de títulos da dívida externa renegociada com o anúncio de que o FMI estaria enviando missão à Rússia e avaliando novo empréstimo ao país. Os C-bonds, papéis da dívida brasileira, tiveram suas cotações elevadas de 73,25% do valor de face anteontem para 75,75%, ontem.
O Tesouro Federal brasileiro recebeu ágio pelas Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) com vencimento em 99, no total de R$ 6 bilhões, vendidas ontem. Segundo analista de banco estrangeiro, os bancos têm demonstrado maior apetite por esses papéis pós-fixados de longo prazo do que pelos de 35 dias de vencimento.
Quem ficou com parte dos R$ 3 bilhões em LFTs com vencimento em 13 de janeiro vai receber do BC as taxas de juros do dia-a-dia (dos títulos públicos negociados no over) menos 0,004 ponto. Nos R$ 3 bilhões com vencimento em 10 de fevereiro, o deságio sobre os juros do over foi de 0,003 ponto.
O BC mudou a minibanda cambial, desvalorizando o real nos tradicionais 0,09%. Teve de atuar no mercado de dólar comercial para evitar que o real ficasse mais forte do que o desejado.

Texto Anterior: Cientista fala do futuro da informática
Próximo Texto: Greenspan defende monopólio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.