São Paulo, quarta-feira, 17 de junho de 1998
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Passeio em Nantes

JUCA KFOURI

A seleção brasileira entrou em campo sabendo que a vitória significaria o primeiro lugar no grupo. E tratou de ganhar.
Foi fácil, mais fácil até do que aqui se supunha.
Ronaldo desencantou num belo lançamento de Rivaldo -um dos melhores em campo.
Cafu jogou em Nantes como antes e mostrou com lhe fez bem o gol que provocou em Paris. O lateral brilhou como a estrela da partida.
A equipe marroquina é tosca, e não fosse a complacência e a desobediência às determinações da Fifa, do árbitro russo, teria ficado com 10 jogadores, logo depois que Chiba (Chibata?) pegou Ronaldo criminosamente.
O gol de Rivaldo, fechando a linda quadrangulada entre Leonardo, Bebeto e Cafu, fechou também o primeiro tempo e prenunciou a goleada, que só não veio maior porque o time brasileiro não quis meio querendo.
Talvez até o mais importante do segundo gol tenha sido o abraço de Dunga em Bebeto, eles que quase tinham saído no tapa minutos antes.
Quando Ronaldo serviu Bebeto para o terceiro gol, a festa já estava encomendada e restaria apenas deixar o tempo passar.
O pobre marroquino Saber havia simplesmente pisado duas vezes na mesma bola, e na frente de Ronaldo, prova de que não sabe nada.
O tempo passou com o que poderia ter sido uma melhor apresentação de César Sampaio e, principalmente, de Roberto Carlos, que ensaia, ensaia, mas ainda não mostrou porque é o segundo melhor jogador do mundo.
Bebeto também anda precisando ser mais forte e, quem sabe, deva entrar em campo com algodão nos ouvidos, para não ouvir a torcida pedir Denílson algo que desta vez aconteceu aos 23 minutos do primeiro tempo e que o abateu decisivamente.
Verdade que Edmundo entrou (entrou?!) e ficou quase 20 minutos em campo apenas pisando na bola, literalmente.
Mas o que importa agora é que a questão sobre quem enfrentar nas oitavas-de-final ficou inteiramente para Itália, Chile, Camarões e Áustria.
Eles que resolvam, porque contra a Noruega o Brasil terá apenas um treino de luxo, para vingar aqueles quatro gols de Oslo.

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