São Paulo, quarta-feira, 17 de junho de 1998
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Ex-almirante argentino chama generais de "homossexuais"

Massera defende ex-general Videla, preso em Buenos Aires

AUGUSTO GAZIR
DE BUENOS AIRES

O ex-almirante Emilio Eduardo Massera, 72, saiu em defesa do ex-presidente Jorge Rafael Videla, criticou os comandantes das Forças Armadas e ameaçou políticos.
Massera representava a Marinha na junta que governou a Argentina depois do golpe militar de 1976. O ex-militar tinha divergências com Videla, que presidiu a junta e o país até 1981.
O ex-general Videla está preso desde a semana passada, acusado de ser o responsável por sequestro e substituição de identidade de cinco recém-nascidos filhos de desaparecidas políticas, durante o regime militar (1976-83).
"Defendo Videla até a morte porque ele lutou pelo Exército que combateu a subversão. O que você quer que eu diga quando escuto as declarações de alguns generais homossexuais que não sabem o que falam?", indagou Massera.
Ele afirmou, em entrevistas a rádios argentinas anteontem à noite, que há insatisfação nas Forças Armadas por causa da prisão de Videla e que os atuais comandantes da Marinha e do Exército são "ridículos" e estão se "borrando".
Ontem, Massera recuou e pediu desculpas pelas declarações.
Sobre a possibilidade de ser convocado para depor ou preso por ordem da Justiça pelo mesmo motivo de Videla, Massera fez ameaças e foi irônico. "Terão de vir me buscar", disse. Também afirmou que aplaudiria os atos.
Para o presidente Carlos Menem, não há inquietação nas Forças Armadas. Ele disse que o problema de Videla será resolvido pela Justiça. O juiz Roberto Marquevich decide nesta semana se o ex-general continuará preso.

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