São Paulo, quinta-feira, 18 de junho de 1998
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Chile se decepciona com empate

RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADO ESPECIAL A SAINT-ÉTIENNE

O gol de empate de Ivica Vastic, austríaco de origem croata, aos 47min do segundo tempo, causou decepção e preocupação ao Chile.
O resultado não só deixou a definição dos classificados do Grupo B para a última rodada, na terça-feira, como também manteve o jejum de vitórias chilenas em Copas desde o Mundial de 1962, quando abrigou a competição. A partir de então, a seleção nacional obteve quatro derrotas e quatro empates.
"Tivemos muito azar. No jogo contra a Itália, o juiz inventou um pênalti. Agora, nos fazem um gol nos descontos", lamentou-se o técnico do Chile, Nelson Acosta, ao final da partida.
O 1 a 1 em Saint-Étienne foi comemorado como uma vitória pelos austríacos, que jogaram suas camisetas para a torcida, enquanto os chilenos encararam o resultado como uma derrota.
Com o triunfo da Itália sobre Camarões (3 a 0), o Chile divide a segunda posição com a Áustria, mas tem um gol a mais marcado, um dos critérios de desempate.
Os austríacos enfrentam na última rodada os italianos, líderes com quatro pontos, enquanto os chilenos pegam os camaroneses, que estão no último lugar e são os únicos que dependem de uma combinação de resultados para passarem às oitavas-de-final.
"Sempre repito: os grandes homens se medem pelo número de vezes que conseguem se levantar", afirmou o atacante chileno Ivan Zamorano para dar ânimo aos companheiros.
Entre esses, um dos mais afetados pelo tropeço foi Marcelo Salas, seu companheiro de ataque. "O gol no final me deixou triste."
Apesar de abusar dos chutões em direção à dupla Salas e Zamorano, a seleção sul-americana dominou os dois tempos, mas só foi efetiva na segunda etapa.
Os austríacos erravam muitos passes no ataque e, mesmo com as substituições, não melhoraram.
"Faltou coesão, atacávamos só pelo lado esquerdo, corremos muito atrás da bola e nos cansamos", disse o técnico da Áustria, Herbert Prohaska.
Seu time teve uma chance de gol no primeiro tempo, desperdiçada por Mario Haas, e duas no segundo, um chute de Polster defendido pelo goleiro Tapia e o lance do gol.
"Temos que melhorar muito, senão nossas chances contra a Itália serão pequenas."
Pelo lado chileno, foram três chances de gol na primeira etapa e quatro no tempo restante. O gol só saiu aos 24min da segunda.
O meia José Sierra cobrou um escanteio, Zamorano desviou de cabeça, Konsel espalmou, Salas pegou o rebote na pequena área e o goleiro austríaco, dessa vez, abraçou a bola, mas caiu dentro de sua própria meta.
Foi o terceiro gol de Salas na Copa, artilheiro do torneio, junto com o italiano Christian Vieri.
O Chile poderia ter chegado ao segundo gol aos 40min, quando Konsel fez uma difícil defesa em um chute de Zamorano, e aos 46min, quando um contra-ataque foi desperdiçado por Salas.
Mas, nos descontos, quem marcou foi a Áustria. A bola sobrou na entrada da área chilena para Vastic, que entrara 20 minutos antes, e o atacante chutou no ângulo esquerdo de Tapia.
Na primeira rodada, contra Camarões, os austríacos conseguiram a igualdade em 1 a 1 com um gol de Polster aos 44min.
Os chilenos também se irritaram com os cartões amarelos. Foram quatro -um para Salas e outro para Zamorano (por reclamação).

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