São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 1998
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Por que driblou? Driblou por quê?

MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE

O "treino de luxo", como o jogo fora apelidado por Zagallo, serviu para mostrar que a seleção brasileira não sabe furar uma retranca bem desenhada -no caso da Noruega, um bloco de nove jogadores, divididos em duas linhas horizontais, à frente da área.
A estratégia brasileira centrou-se em três pontos: conservar ao máximo a posse de bola, trocar passes no sentido lateral e apostar nos dribles de infiltração.
Com 524 passes (89% de precisão), 34 minutos e 49 segundos de posse de bola e 51 dribles (85% de acerto), o Brasil conseguiu quebrar três recordes matemáticos da Copa-98.
Mas todo o volume de jogo não repercutiu nas estatísticas ofensivas. Pouco alterou, por exemplo, as médias de chutes a gol (14, contra 13 nos jogos anteriores), de escanteios conquistados (4, contra 4) e de "atuações" da dupla de ataque (97, contra 99). Em resumo, o Brasil não soube o que fazer com a bola.
Foi emblemática a atuação de Denílson, a arma de Zagallo para furar a retranca norueguesa. O meia-atacante obliterou o recorde de dribles do Mundial, com 22 (20 certos). Mas foi quem mais perdeu bolas (9), não conquistou nenhum escanteio e arrematou apenas uma vez a gol (sem pontaria). O cruzamento para o gol de Bebeto? Nasceu de um tropeção, do acaso, é preciso admitir.

Texto Anterior: Conspiração
Próximo Texto: A violência preocupa no campo e nas ruas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.