São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 1998
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Nelson Acosta diz que cumpriu sua missão

O que o sr. pensa de seu próximo rival, a seleção brasileira?
Sem dúvida, é o grande favorito para vencer a Copa. Ficamos com o adversário mais difícil, mas afirmo que vai custar caro para o Brasil vencer o Chile. Vamos jogar de igual para igual, e aposto que será a melhor partida da Copa. Não tememos o Brasil.

Mesmo com a seleção do Chile não podendo contar com Villaroel, Rojas e Parraguez, três titulares que receberam o segundo cartão amarelo e estão suspensos nas oitavas-de-final?
Não posso negar que são três baixas importantes, mas temos jogadores no banco que podem manter o nível da equipe.

O Chile se classificou com três empates. Nos dois primeiros jogos, contra a Itália e a Áustria, até merecia a vitória, mas diante de Camarões sofreu para conseguir o resultado. Por que teve tantos problemas?
Esta foi uma partida histórica. Estávamos voltando para uma Copa do Mundo depois de 16 anos e precisávamos chegar à segunda fase, coisa que só fizemos em 1962.
Por incrível que pareça, as coisas se complicaram quando Camarões ficou com dez em campo. Ficamos nervosos porque eles fizeram o gol logo em seguida e tiveram várias chances. Talvez a intranquilidade aumentou nos últimos minutos porque deixamos a vitória escapar no final das partidas contra a Itália e a Áustria.
Os camaroneses foram nosso pior rival, porque são potentes física e tecnicamente. E são rápidos.

Se o Chile repetir essa atuação contra o Brasil, o time consegue passar às quartas-de-final?
Nós sabíamos que havia muitos espiões no estádio e escondemos nosso jogo (risos).

O senhor está satisfeito com a classificação às oitavas-de-final ou planeja mais conquistas?
Quando assumi o cargo, prometi três coisas: mudar o estilo da seleção chilena, classificá-la para a Copa e passar para as oitavas-de-final. Estão todas cumpridas.

O que significa mudar o estilo de jogo dos chilenos?
O problema é que os técnicos chilenos tiram a criatividade dos jogadores, e o campeonato do país não exige do jogador todo seu potencial. Tive de aprimorá-los na seleção. Alguns se transformaram, como Rojas. Mas com outros não foi possível, como com Mussri.
Mas tudo mudou após aquele 2 a 0 sobre a Inglaterra. Se não tivéssemos vencido em Wembley, não chegaríamos neste Mundial como chegamos, com todo esse entusiasmo. Eu previ três vitórias na primeira fase, mas tivemos que nos contentar com três empates.

O senhor segue como técnico da seleção depois da Copa?
Meu contrato vai até o final do ano. Se tenho apoio, sigo feliz na seleção. Mas não acredito que seja assim. Faço um relatório final e fico à deriva. Dá raiva porque em quatro anos podemos fazer muito mais do que fizemos em um mês

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