São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 1998 |
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Ex-favorita, Espanha adota garra
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS; DO "EL PAÍS" e do "El Pais"Apontada como uma das seleções favoritas ao título antes do início da Copa, a Espanha resolveu adotar um discurso humilde e valorizar a garra para enfrentar a Bulgária, hoje, às 16h (horário de Brasília), em Lens, pelo Grupo D. Após a decepção nas duas primeiras partidas -derrota por 3 a 2 para a Nigéria e empate sem gols com o Paraguai-, o treinador Javier Clemente poderá se transformar hoje em uma espécie de "Egil Olsen ibérico". Como o técnico norueguês, Clemente supervalorizou a sua equipe, chegando a dizer que a Espanha era a principal candidata à conquista da Copa. Agora, o treinador passou a medir suas palavras, evitando fazer prognósticos. A nova postura foi estimulada principalmente pelas declarações do primeiro-ministro espanhol, José María Aznar, que, após o jogo contra o Paraguai, afirmou que a Espanha havia "chegado ao Mundial com complexo de superioridade" e que "os nigerianos e os paraguaios a haviam colocado em seu devido lugar". Ocorre que, apesar de seu time não corresponder às expectativas de suas declarações, ao menos Olsen conseguiu classificar a Noruega no último instante para as oitavas-de-final, ao vencer o Brasil. Empatada em último lugar do grupo com o adversário de hoje (um ponto cada), a Espanha precisa vencer e torcer para que o Paraguai não vença a Nigéria, já classificada em primeiro lugar. Caso empatem, os espanhóis só se classificam em caso de uma derrota dos paraguaios. Entre as oito seleções cabeças-de-chave do Mundial (Brasil, Itália, França, Holanda, Alemanha, Romênia e Argentina, além de si própria), a Espanha é quem tem a classificação mais ameaçada. O zagueiro Alkorta defende a idéia de que, numa situação dessas, os esquemas táticos precisam ser ignorados. "As táticas não servem para nada, são os jogadores que levam as partidas adiante." Segundo o defensor do Athletic Bilbao, os espanhóis têm que apelar para valores como "garra, velocidade e gana". "O coração é a melhor tática", afirma Alkorta. Alguns, como o goleiro Zubizarreta, tentam difundir o clima de autoconfiança no grupo. "Aconteça o que acontecer, digam o que digam, há que se manter a fé e a esperança." O meia Amor é mais precavido: "Mais de uma vez durante o dia ou a noite devemos afrontar a imagem de uma possível derrota. Ela vem, mas devemos afastá-la". Os espanhóis procuraram não entrar no confronto verbal do búlgaro Stoichkov, ex-jogador do Barcelona, que nos últimos dias intensificou suas provocações contra os espanhóis. Apesar da fraca atuação da equipe no empate da última sexta-feira com o Paraguai, Clemente não deverá fazer mudanças para hoje. Há alguma possibilidade de Alfonso começar jogando (na vaga de Pizzi ou Etxeberria) e Guerrero fazer a sua estréia na Copa (possivelmente substituindo Amor). Texto Anterior: Fifa pede cartão por reclamação; Inglaterra vale mais em Londres; Francescoli faz crítica a 'caos'; Zico participa de partida-exibição; Ranking elege os melhores atletas; Audiência de TV supera 40 bilhões; Político faz apelo para ver a Copa; Seleção belga tem 2 desfalques; Hooligan inglês é condenado Próximo Texto: Hoje Índice |
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