São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 1998 |
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Economia dos EUA cresce 5,4% ao ano Ritmo forte preocupa ALESSANDRA BLANCO
A estimativa inicial divulgada pelo Departamento do Comércio dos EUA era de 4,8% de aumento. Ontem pela manhã, foi divulgado um ajuste desse valor para 5,4%. A diferença, de acordo com o Departamento de Comércio, deve-se ao fato de que o déficit comercial norte-americano, afetado pela crise na Ásia, não foi tão deteriorado quanto se esperava. As exportações caíram 1,2% e não 3%, e as importações aumentaram 17,1% e não 17,7%. Os gastos do governo recuaram 18,6%, a maior dos últimos três anos. A taxa de crescimento do PIB de 5,4% no primeiro trimestre do ano está entre os maiores crescimentos trimestrais dos últimos 15 anos. A economia cresceu a uma taxa anual de 6% entre abril e junho de 1996 e outubro e dezembro de 87 e a 6,4% entre abril e junho de 84. Desta vez, o crescimento foi impulsionado pelo aumento de 6% no consumo de produtos e serviços, o maior dos últimos seis anos, aumento de 26,4% nos investimentos de empresas em novos equipamentos, o maior em mais de 14 anos, e por investimentos no setor de construções, que subiram a uma taxa de 16,9%, a maior em quase dois anos. Além disso, o estoque de produtos não vendidos atingiu o recorde de US$ 105,7 bilhões, muito mais do que o esperado. Sem esse aumento, o crescimento da economia no primeiro trimestre do ano teria atingido 3,7% ao ano. A discussão ontem entre os analistas nos EUA era sobre até que ponto uma notícia considerada boa pode vir a se tornar ruim. Ou seja, até que ponto o crescimento anunciado ontem vai alterar a política que vem sendo mantida pelo Federal Reserve (banco central dos EUA) quanto a juros. A expectativa é que não haverá alteração. Além disso, a expectativa é que a taxa de crescimento diminua no segundo semestre. "Existe a preocupação de que, se a economia continuar crescendo fortemente, aumentará a pressão sobre o Fed para aumentar a taxa de juros. Mas não acredito que isso deve" acontecer, disse Carlos Guimarães, analista do banco Lehman Brothers. Texto Anterior: Efeito Rússia faz Bolsa de SP cair 3,32% Próximo Texto: Ritmo já está mais lento Índice |
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