São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 1998 |
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Ritmo já está mais lento
OSCAR PILAGALLO
A expansão continua, mas a um ritmo muito mais lento. As estimativas oscilam entre 2% e 3% de alta anualizada. Se ficar nessa ordem de grandeza, a variação do PIB descreverá curva semelhante à do ano passado, quando o país completou sete anos consecutivos de crescimento. O que está ajudando a frear a economia norte-americana é a pilha dos estoques e o buraco do comércio exterior. Os estoques superaram a barreira dos US$ 100 bilhões no primeiro trimestre, o que contribuiu para o aquecimento da economia no período. A tendência natural é que a desova de parte desses produtos não vendidos tenha algum impacto negativo sobre as novas encomendas às indústrias. Quanto ao comércio exterior, começou o segundo trimestre projetando déficit anual de quase US$ 150 bilhões em decorrência da valorização do dólar (que barateia os produtos comprados no exterior). Há ainda fatores isolados, como a greve da General Motors, que vai comprometer a produção industrial. O fato de a economia dar sinais de desaquecimento é positivo. Caso contrário, o Fed (banco central dos EUA), sempre atento a possíveis pressões inflacionárias, poderia ser levado a aumentar os juros para inibir a forte expansão. A possibilidade, entretanto, não está descartada -a não ser a curto prazo, porque não interessa aos Estados Unidos tomar qualquer iniciativa que contribua para elevar o grau de incerteza internacional. Um foco de preocupação é o aumento dos salários, que já comprometeu o resultado de muitas empresas. A pressão salarial é consequência do baixo índice de desemprego (4,3% da força de trabalho, o mais baixo dos últimos 28 anos). Até entre os "dropouts" (pessoas que largaram a escola e, portanto, são menos qualificadas para o trabalho) o desemprego caiu de 8,2% para 6,7% nos 12 meses até maio. Confiantes, certos de que manterão seus empregos e com a perspectiva de ganharem mais, os norte-americanos comprometem parcelas crescentes de seus ganhos. Ontem, por exemplo, foi divulgado que a venda de casas subiu 1% em maio (nesse ritmo, seriam comercializadas 4,8 milhões em um ano). O excesso de confiança dos consumidores é o que, ironicamente, pode ameaçar a continuidade do ciclo de expansão. Texto Anterior: Economia dos EUA cresce 5,4% ao ano Próximo Texto: FMI aprova envio de US$ 670 mi à Rússia Índice |
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