São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 1998
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É bola na (Inter)net

MATINAS SUZUKI JR.

A última rodada da primeira fase do Mundial da França dará o que falar.
Os marroquinos juram que algo estranho ocorreu no jogo da seleção brasileira contra a seleção da Noruega.
Os jogadores da seleção de Camarões vão passar o resto da vida acreditando que houve algo mais do que o placar do jogo contra o Chile aponta.
Os espanhóis reclamarão eternamente do fato de os nigerianos terem poupado alguns jogadores no inesperado empate contra a seleção do Paraguai. Os belgas, estes sim, irão até o último de seus dias reclamando de que a seleção da Holanda aprontou uma no empate de ontem contra a seleção do México.
Enfim, não faltará capítulo para o livro dos que escrevem a teoria conspiratória das Copas.
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É a glória para os surfadores na rede: depois de ter admitido o vídeo para julgamentos de alguns lances, na Copa de 94, agora a Fifa admitiu o uso de uma foto na Internet para julgar como certa a decisão do juiz em dar o pênalti de Júnior Baiano (aliás, cravado pela primeira vez, com precisão, pelo repórter André Kfouri, da ESPN Brasil).
Quando uma televisão não está lá torcendo, ou melhor, "dis-torcendo" os fatos, mas fazendo jornalismo, ela evita os vexames que deram Galvão Bueno e Arnaldo César Coelho neste episódio, que eu vi, e no pênalti de Dunga contra os suecos, segundo me contam.
Futebol é bola na rede, isto é, na net, na Internet.
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Hoje tem o clássico cult, o clássico Ja-Ja, japoneses contra os jamaicanos.
Os nihonjin contra os reggaes boyzs, o império do gol nascente contra a terra do "no problem, man, no problem". Estão desclassificados, mas estar pela primeira vez em uma Copa do Mundo já é uma alegria.
Os japs, cultuadores de rigorosa disciplina, são aplicadíssimos na marcação e na utilização do esquema tático que é o it desta Copa, o 3-4-3.
Os jamaicanos levam a malemolência do reggae para uma correria à britânica.
Enfim, um verdadeiro cult da nova ordem do fut mundial. Adeus não, nos digam até breve.

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