São Paulo, domingo, 28 de junho de 1998
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Nigéria aposta fichas em Kanu

NOELLY RUSSO; JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADOS ESPECIAIS A PARIS E ELLINCOURT SAINTE-MARGUERITE

Recuperado de infecção, atacante que eliminou Brasil da Olimpíada-96 deverá ser maior novidade contra Dinamarca

As seleções da Nigéria e da Dinamarca fizeram ontem um treino secreto de reconhecimento do Stade de France, em Saint Denis, para jogo de hoje. O vencedor dessa partida joga com Brasil ou com Chile, que disputaram a outra vaga para as quartas-de-final.
Os treinos foram fechados e duraram menos do que o previsto por causa da chuva que caia em Paris. Os nigerianos tinham o primeiro horário de treinamento, às 18h, e os noruegueses, às 19h.
Anteontem, a Nigéria treinou em Resson-sur-Matz, em um campo próximo ao local onde a equipe está concentrada. Esse treino também foi fechado para público e para a imprensa, mas a reportagem da Folha conseguiu acesso ao campo.
Bora Milutinovic, o treinador da Nigéria, organizou um coletivo em que fez várias jogadas utilizando o atacante Kanu.
O jogador, que, recuperado de infecção intestinal, deverá começar jogando, foi orientado a tentar penetrar na defesa dinamarquesa pelo centro da grande área.
Milutinovic também ensaiou cobranças de faltas em dois lances aproveitando a estatura de Kanu.
Um meia cobra a falta visando Kanu, 1,97 m, que fica colocado na pequena área para tentar o gol de cabeça. O atacante se movimentou muito dentro da pequena área.
O treinador fez a equipe repetir a jogada ensaiada mais de oito vezes, até ficar, aparentemente, satisfeito com o resultado. Ele também repetiu várias vezes as cobranças de escanteio.
Os jogadores seguiam suas orientações, mas demonstravam ficar mais à vontade quando usavam sua habilidade para chegar ao gol com dribles e tabelas.
Kanu funcionou no treino como o principal lançador da equipe, distribuindo o jogo para atacantes. Okocha e o veterano Victor Ikpeba estavam entre os mais servidos por passes de Kanu.
A defesa da Nigéria também teve de treinar como evitar jogadas típicas da Dinamarca.
Os chutes de longa distância, uma das armas da equipe dinamarquesa, foram destinados principalmente ao goleiro Rufai.
Os meias também foram orientados a marcar a partir do meio-campo. Essa é uma das dificuldades que Milutinovic ainda encontra com os jogadores, que preferem atacar a defender.
Defensores mais habilidosos, como West, foram instruídos a evitar jogadas individuais, como as realizadas pelos irmãos Michael e Brian Laudrup.
O principal desfalque da Nigéria hoje deve ser o atacante Amokachi, com uma lesão no joelho.

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